BRM Alto Minho: 200 kms!

31/03/12



À chegada!
E está feito. Mais um randonneur de 200 kms. Já havia realizado no ano passado, gostei e quando assim é repete-se. Mas, nada se repete exactamente. Este ano, talvez pela força de uma maior divulgação ou publicitação junto dos mais directos personagens envolvidos nestas andanças, verificou-se duas alterações significativas, ambas para melhor: mais participantes. Arrisco até dizer que mais do dobro do ano transacto. E duas mulheres, sendo que uma nunca lhe pus a vista em cima. A outra sim, uma norueguesa que fez jus à sua nacionalidade. 
A tal da Noruega!

Este conceito, já o havia referido na edição do ano transacto, é muito interessante, e não fosse este meu vício pelo triatlo, talvez estivesse aqui uma actividade que não me daria tanto desgaste traumatológico, psicológico e de outros "lógicos". Olha, vai ficar assim na prateleira, porque nunca se sabe o dia de amanhã. Vocês sabem ao que me refiro.
Sabiam que há "caramelos" que fazem BRM de 1000 e tal kms, em tempos que invejariam qualquer competidor de qualquer modalidade ciclística?  Segundo revelaram, ainda há pouco tempo, em terras napoleónicas, houve um BRM em que os primeiros a chegar ao destino não dormiram durante duas noites!! É assim; não tem competição, porque o espírito é cada um ir no seu próprio andamento, só que há gente cujo andamento é muito, mas muito elevado. O que quero dizer é que esta actividade não é coisa de meninos. Para se fazer um BRM 600, por exemplo, é preciso fazer kms a perder de vista.
Hoje tinha traçado um plano, uma vez que em três dias fazer cerca de 400 kms não é propriamente o que usualmente faço. Portanto, ir com o grupo e deixar-me daquelas graças do ano passado em que, com a colaboração de um jovem, andamos ali como se de um treino puxadinho se tratasse. O início veio dizer-me
O início, com tempo bem fresco.

 que aquele andamento, o do grupo, era realmente muito baixo. Vai daí, eu mais um grupo animado, lá puxamos mais a carroça e chegamos a Valença a hora de comer a sopinha ainda quente. Quando nos preparávamos para retomar o andamento, chegaram então os restantes elementos, ou quase todos. E lá fomos até chegar a Marinhas, local de partida e de chegada num tempo de 7h e 41', mais coisa menos coisa. E aqueles receios que tinha à partida de me sentir demasiado massacrado, em termos musculares, essencialmente, por via do treino de 5ª feira, não se verificou. Conclusão: mais um ano de treinos regulares em cima da bicla faz muita diferença. 
A volta, exactamente igual à do ano passado, cruza zonas de muita beleza, e é um passeio muito gratificante feito na companhia de pessoal muito agradável, com bom espírito. Aliás, precisamente por isso voltei. E muito provavelmente irei estar presente no próximo BRM, esse de 300 kms, com saída agendada para as 5h30' da matina!! Essa é capaz de doer mais que a própria distância em si. A ver vamos.

Depois conto a estória. Abraços triatléticos de quem nunca mais vê a hora de ouvir a corneta soar.



Treino no Gerês!

29/03/12



Vista do primeiro terço da subida para a Junceda, terço aqui entendido nos dois sentidos.

A ideia há muito que congeminava na minha cabeça. Aquela subida da Junceda, com início à esquerda já na saída da bonita Vila do Gerês, estava-me atravessada. O avesso vinha de há dois anos, quando ali passei e onde  vivi um dos maiores sacrifícios velocipédicos mas também desportivos. Na altura, em competição na edição do Póvoa/ Gerês, com passagem precisamente por essa subida, longa, de 10 kms, esgotei tudo o que de fácil a bicicleta tinha para me oferecer. Apesar da penosa subida, consegui e apenas esse pormenor levou-me desde então a lá voltar e olhar novamente para ela e dizer-lhe qualquer do género "hoje mando eu!" 
Esta tirada era para ter sido no passado domingo. Só que um convite do vizinho à última da hora para um treino mais ou menos longo para essa manhã levou-me a optar pelo treino em...convívio. Bem vistas as coisas, raramente tenho oportunidade de treinar com gente, humanos, e então pareceu-me que seria um momento a não desperdiçar. E assim foi, só que a tirada para o Gerês tinha de ficar para outros ares. Foi hoje.

Panorâmica possível de um trecho da subida da Junceda
A tirada é fantástica. São quase 170 kms (faltaram 2,2kms) entre Esposende e Gerês, com passagem por Terras de Bouro, e saída para a Junceda logo a seguir à Vila que dá nome a belíssima Serra, como já afirmei., ao longo de 6 horas e 17', como foi o caso de hoje. É uma etapa de grau de dificuldade elevado, porque é claramente de montanha. Apresenta duas subidas realmente durinhas. A primeira a seguir a Terras de Bouro, onde a estrada inclina, inclina inclina...A segunda, a famosa subida até ao cruzamento que dá acesso à Junceda, nesta altura já em fase descendente. Desta feita senti-me bem melhor e nem cheguei a utilizar o 3º prato que mantenho na transmissão, não vá o "diabo tecê-las". Mas, não! É evidente que hoje por hoje estou mais capaz, mais forte, mais resistente. A dificuldade na subida diminuiu, mas isso não faz da mesma uma tarefa fácil de ultrapassar. Quero dizer que para quem treine regularmente não deixará de a subir. Para quem não o faça, o melhor é levar uma tenda. E é um desafio interessante, especialmente para quem deseje treinar ciclismo em montanha. Um dos aspectos gratificantes da subida é a paisagem fabulosa que se vai desenhando ao longo da escalada. Mas, atenção! Mais importante que afinar a bicla para subir é afinar os travões para descer porque esta tirada é uma autêntica homóloga de uma dessas etapas de montanha de uma qualquer volta de renome. Aquilo é mesmo vertiginoso quando toca a descer e se a estreita estrada é ladeada por monte dum dos lados, do outro é precipício. Todo o cuidado é pouco. Hoje arrisquei muito menos que no tal dia de há dois anos, mas a sensação que fica é a mesma. O lamentável no que à natureza diz respeito é que da primeira vez que aqui passei, havia árvores que nos ofereciam sombras e cores de deleite. Agora, as encostas queimadas tiraram-lhe esse brilho e com ele parte do que nos une à natureza. Triste, muito triste. Apesar disso, a paisagem lá está, magnânime, na sua altivez.
Final da subida
Um dado curioso do meu treino amalucado de hoje é que durante todo o trajecto dos tais cento e muitos kms apenas me cruzei com dois companheiros, que nem me viram, ali logo pela manhã (a saída deu-se às 10h30'), iam eles a caminho de Braga. E mais nada. 

As maiores dificuldades, para além das subidas, claro, foram o vento logo no início porque soprava de este. Mas especialmente o ar seco que se tem feito sentir desde que chegou esta vaga quente. É impressionante como a boca nos seca com tamanha facilidade quando assim é. 
Mas a maior dificuldade de todas iniciou-se quando, já no regresso, ambas as plantas dos pés me começaram a doer, especialmente a esquerda, a tal da maratona. Isto quer dizer tão simplesmente que o problema está longe de estar resolvido. Como já tenho poucos do género...



A nutrição funcionou na perfeição ou quase: duas garrafas de água, uma com a solução hidratante e outra com preparo de isostar, que eu muito aprecio, enriquecido em electrólitos e sais minerais, entre outros. Duas maçãs e uma porção de chocolate, que por pouco não se colou ao corpo. A estratégia passou por ingerir (água) pequenas porções de 15' em 15' após a primeira ingestão à meia-hora, e alternar entre os dois boiões. A primeira  maçã ingerida ao cabo de duas horas de percurso, precisamente em Terras de Bouro, algum tempo antes da abordagem à primeira montanha. A segunda novamente em Terras de Bouro, a duas horas do fim desta etapa. A barra de chocolate foi sendo gerida aos poucos ao longo das seis horas de treino. Claro que foi necessário reabastecer os boiões, o que sucedeu por duas vezes em dois fontanários cuja água fresca foi uma dádiva da natureza. 
Nativos do Gerês

No final, 64% da capacidade máxima, pulsação média de 127  bpm e máxima de 163 bpm. O facto de me ter sentido bem ao longo de todo o  trajecto, apesar da dificuldade maior ter sido claramente os problemas com os pés, a verdade é que o lactato acumulado já fez sentir os seus efetios no meu organismo e a estas horas há sinais de ter havido empeno. 

Ontem procurei correr e consegui, durante 7'!! Vou procurar solução para estas contracturas sistemáticas que me assolam com inusitada frequência.

Companheiros, espero encontrar-vos um destes dias por aí, numa dessas provas agendadas...será? Claro que sim. Abraços triatléticos. 


Época 2012 - 1º Balanço!

23/03/12



 
Passados praticamente quatro meses desde que decidi iniciar o novo ano desportivo, com a melhor das intenções, olho para o lado e verifico que participei em apenas duas competições, ambas de btt. Concluo com facilidade que uma vez mais inicio este novo ciclo com as tretas de sempre: os problemas com os meus gémeos. Mas, o problema maior nem será esse, mas antes o completo desconhecimento das razões que me impedem de ser uma pessoa "normal" no que há predisposição para correr diz respeito. Já sei que o frio não me ajuda, mas que raio! tanta alternância nas contracturas???
Mas, este início 2012 não teve apenas isso. Teve também algo que me foi estranho: a desmotivação. Ocupou uma parte considerável do outono/inverno. Felizmente, ultrapassei essa fase, reconhecendo as causas que estavam por detrás de tal facto e tudo foi ultrapassado. Porém, uma gripe no mês de Fevereiro, altura em que me encontrava em clara subida de patamar de forma, veio dar uma machadada mais neste atribulado retorno da actividade desportiva pessoal. E depois aquela cena do acidente que me fez parar uns dias, mas enfim. O meu problema maior presentemente é mesmo esta relação com as contracturas que me trituram o âmago. Resultado; após um período último de semana e meia em que finalmente me parecia que tudo estaria para trás das costas, vejo-me novamente na necessidade de estagnar a corrida porque, e agora no gémeo direito, uma nova contractura me flagela tudo o resto. Eu até que nem competi no fim de semana passado, precisamente para não estragar nada. Quando é para chatear, não há nada a fazer. Paciência precisa-se, a potes.
Seja como for, considero que me encontro no patamar 1 do meu nível de forma, ainda longe do melhor momento, pois claro, tanto ao nível do ciclismo, como na natação, muito embora neste segmento esteja mais avançado que no acto de pedalar. Nesta fase já deveria ter atingido o patamar 2, que penso alcançar já depois do Extreme do Luso Galaico. Isso quer dizer que irei alinhar na coisa numa condição que não desejava, mas vai ter de ser. 
O peso oscilou entre valores muito interessantes, esta semana. Com a corrida normalizada e alguns tri-treinos diários de acordo com o previsto, cheguei a pesar 68,5 kgs. Mas, hoje já estava nos 70 kgs, novamente. A pulsação em repouso, essa não está nos níveis indicativos do tal patamar 2, pelo menos. Assim como a pulsação média na corrida ainda não havia atingido valores plenamente confortáveis, para quem apenas andava a rolar, e a intensidade média acima dos 75% dá uma amostra disso mesmo. Somente o ciclismo indica que o corpo já ultrapassou a fase mais complicada e um treino de baixa/média intensidade permite-me neste momento uma pulsação a rondar os 110/115 bpm/min, média. Mas, falta-me constância em alta rotação (entretanto, tenho de adquirir uma nova transmissão (sic)).
O que realmente lamento é que não possa competir em mais eventos do que aqueles que envolvam apenas pedalar. É a minha sina. Este ano, confesso, está demais. Se fosse noutras alturas recentes, diria que mandava isto tudo às urtigas. Hoje direi que...o meu maior adversário está encontrado, mas há muito que está encontrado.

Companheiros, boa prova para todos os que se deslocam a VRStº António, especialmente para aqueles que se irão estrear na longa distância. Será que eu alguma vez...?
Abraços triatléticos!


Sumário dos Meus Registos: Actualização de Dados!

21/03/12



Um problema informático levou-me os registos de treino de 2009 até à primeira semana deste mês de Março. Se há coisas que consigo recuperar, como resultados, os dados do registo esses foram mesmo à vida. Daí que haja um hiato entre os últimos apresentados e os agora publicados. A despeito desta contrariedade, continuo a preferir os registos pela via informática do que outra que me esteja acessível. Os cuidados é que terão de ser redobrados.

Abraços triatléticos, companheiros.


Reflexão XII

19/03/12



 

Vou, não vou...não fui!

De facto, não fui. Nem a Famalicão, nem a Alpiarça, nem ao Póvoa 130 (BTT). E não fui porque acabou por imperar a razão sobre o coração. Também os custos, admito. E não lamento na totalidade porque a realidade é que, após os últimos três dias a treinar regularmente ciclismo depois do acidente de que fui vítima na 2ª feira passada,  senti, durante os treinos de ciclismo, que este meu pulso direito ainda me doi, apesar de melhor, mas ainda me doi. Imaginei-me no segmento de btt e em competição e fiquei com a certeza de que num qualquer movimento brusco, poderia ver-me em dificuldades. Depois os gémeos...Enfim, decidi não correr riscos e a época ainda está só no início. Lamento apenas ter perdido o campeonato de duatlon cross galego, que é um espectáculo. Fica para o ano. E ainda a propósito do acidente: os danos visíveis dos dois veículos em contenda são completamente antagónicos com os valores que a ambos se impõem: a reparação da bicla implicou uma roda da frente nova, mais manete esquerda, mais fita do avançado. Total: 260 aérios. Não parecia, mas teve de ser. Agora, tenho uma roda ciumenta, a de trás. Mas, do que eu tenho mesmo vontade é de comprar uma bicla nova, xpto. "Tu tem mas é juízo", digo-me.

O treino de hoje

"Bom, já que não competes, alguma coisa tens de fazer". Bicicleta com ele. Só que hoje com um companheiro especial. Isso, o vento! Que raio! Parecia que estava norte, afinal parece que passei o tempo todo a correr contra o vento. Não, na realidade houve ali um bocadinho a seguir a Viana que deu uma ajuda, mas foi por pouco tempo. Daí a nada lá estava ele; ora de lado, ora de frente, foi um companheiro que dispensava na hora, mas não podia. E se há coisa com que detesto pedalar é mesmo contra o vento. Nunca pedalei com neve, mas vento assumo que não gosto mesmo! Para mais, logo na primeira hora de treino "levo" com dois grupos, um em cada tempo, que me acossaram a adrenalina e "obrigaram" a acompanhar o seu ritmo. Mais tarde, um caramelo que estava decidido a competir comigo. Perguntava-me ele "Para onde vai?" "A seguir a Ponte de Lima, viro para Viana". "Então, faço-lhe companhia". Após Ponte de Lima, saco da minha maçãzita, como sempre faço quando escolho este curso, e vejo-o a distanciar-se, distanciar-se....não cheguei a perceber a parte da conversa em que ele dizia que me acompanhava. Antes assim, caso contrário ainda teria maior empeno do que aquele que tive.

Póvoa 130

Terá sido um bom raid, penso, compridinho. Mas, se me refiro a ele é para valorizar acima de tudo a organização que tem estado na base do...Luso-Galaico, de Esposende. Isto porquê? Porque pelo que pude constatar durante o treino de hoje em que me cruzei com vários segmentos com a sinalética da prova, a grande base do percurso já era por mim conhecida, graças precisamente aos percursos variados que o Luso-Galaico tem oferecido aos seus participantes ao longo destes anos. Por isso, mas não só, estão de parabéns. Já estou na expectativa para o Extreme deste ano, que implicará dois dias de prova, como aqui já dei conta em devido tempo. Falta um mês!

Uma boa semana e abraços triatléticos, companheiros.


Vou!...Não Vou!...Vou!...Não Vou!...

16/03/12



 

Maldita indecisão! Eu "espernico". Há muito que estava no meu programa participar neste evento; perto de casa, escapou-me no ano 2011...por aí. Às tantas, e porque esta coisa dos meus gémeos não andava, nem desandava, decidi comunicar ao meu clube que o melhor era mesmo anular a inscrição. Pelo menos sempre poupava algum dinheiro. Acontece que desde sábado passado que a "coisa" anda a correr bem com o trem inferior; sessões de 20', 30', 40' e até 45', vários dias e sem queixas. Percebem-me? A vontade é enorme, as dúvidas também. E eu sou daqueles que acha que não há lugar a treinos em competição; uma vez lá, é difícil domar os "cavalos". Ou se anda porque se tem ou não se anda porque não dá mais que aquilo. E aqui é que a porca-torce-o-rabo; não me irei perdoar se me ressentir de alguma dor daquelas que vêm e ficam e depois, muito depois, desaparecem quase misteriosamente. Mas, agora que tudo parece estar a correr bem, quero pôr-me fino para...campeonato do mundo em Vitória. Essa é que é, caramba!
Num fim de semana em que a tribo volta a reunir-se para tribalizar, para mais em dois lugares distintos, o ideal, e pensando bem, era ter aceite o convite do amigo Pedro Brandão e fazer o triatlo de Alpiarça. Assim como assim, eram só 5 kms de risco, e na parte final do esforço, já bem activado e tal... Famalicão ainda tem o segmento de BTT que pode fazer estragos. Olha, não sei. 
Duma coisa podem ter a certeza; domingo saberão da decisão que prevalecer. Se me puderem ajudar!... :))

Boas provas, companheiros. Abraços triatléticos.


Pontos para a FTP e Tristeza na Tribo pelo Desaparecimento de Francisco Andrade.

14/03/12



2012_casa_triatlo.jpg
Fonte: FTP
 Boa tarde! Acabei de ler no sítio uma informação que vem ajudar certamente os clubes que necessitem de um espaço para realizar um training camp ou um estágio ou outra actividade que implique ter a sua tribo junta. A federação anuncia a disponibilização da Casa do Triatlo a preços muito convidativos, nalguns casos até simbólicos. Para ler com atenção no sítio da federação de triatlo de Portugal.

Eu vou propor ao meu Fonte Grada um momento de confraternização naquelas instalações.

A péssima notícia é o falecimento do companheiro Francisco Andrade, um jovem na casa dos 30 anos, de que tive conhecimento precisamente no mesmo sítio. Ao que consta, terá sido vítima de um acidente enquanto treinava ...ciclismo. Até arrepia.  À família, ao clube e a todos os amigos, as minhas mais profundas condolências. Muito triste.

Companheiros, muita precaução. Abraços triatléticos.


Usem o Capacete!!!

12/03/12



Sete e trinta da noite, mais coisa menos coisa. Acabo de passar a porta de casa, vindo da Apúlia. Tinha uma hora de treino. Faltava-me mais meia-hora. Havia que dar a volta por Esposende, num circuito determinado há muito. Lanço-me então para a última parte. O corpo pedia descanso, ainda não recomposto dos trilhos de sábado. E com esta sessão, completava os três treinos, tranquilos, previstos para hoje. Corrida incluída.
Faço-me à zona rápida da rua de S. Miguel. A velocidade aumenta. Nisto, detecto numa transversal que há um carro que aparece, rápido. O condutor olha para o lado contrário, apenas. Fico na dúvida; paro? Pelo sim, pelo não, reduzo a velocidade, mas o carro avança de imediato. É tudo muito rápido desde que o carro aparece e eu, incrédulo, enfaixo-me pelo carro a dentro, no meu lado da estrada. Lanço os grunhidos. Bato com a cabeça no vidro, a bicicleta havia de ficar com a roda presa no espaço deixado pela roda do carro. Voo para o chão. Ainda no ar não queria acreditar que aquilo me estava a acontecer. Sinto-me em queda livre, até embater, bruto, na estrada. Queixo-me, com dores. Fico meio aturdido. Aparece de imediato a condutora do veículo e mais gente. Chamam a ambulância, eu digo que não é preciso, estou bem. E estava. Mas podia não estar. Algumas dores começam a emergir: na almofada da mão direita, no joelho esquerdo. Mas na zona cervical, onde  impacto foi mais forte, nada de sinais de alarme. Graças a Deus! penso. Olho para  a minha bicicleta e doí-me vê-la subjugada pelo carro. Mas, não! Os estragos no carro foram bem maiores que os da bicicleta: pára-brisas, espelho retrovisor lateral e guarda-lamas esquerdo, tudo partido. A bicicleta ficou sem um raio, a maneta esquerda meio estranha e o resto fica para posterior avaliação, mas...penso que por aí. 
Fico com a noção de que estamos a tratar com pessoas de palavra. Trocamos números de telefone e amanhã tratamos do resto. As outras pessoas ficam mais descansadas por sentirem que de facto estou bem. Dorido aqui e ali, mas bem. 
Olho muitas vezes para o pára-brisas partido do carro e penso que o capacete, mesmo de 25 € como este, me salvou de algo bem pior. Sem dúvida. E só de pensar naqueles com quem me cruzo e que teimam em não usar o capacete... 

Agora, neste momento em que escrevo estas palavras, tenho mais dores do que as que tinha. Mas, estou bem.
Companheiros, olho vivo e pé ligeiro. Abraços triatléticos.


Pelos Caminhos dos Moinhos Eu Trilhei...




148º/913 participantes...48 kms em 2h34'...1918 kcl gastas...160 bpm média e 173 bpm max...92% de intensidade.
Estes os números da minha participação na edição 2012 dos Trilhos dos Moinhos, que de Moinhos não tem nada que se veja, e eu desta feita estive atento, mas nada. Lá que ajuda a dar nome a um evento muito bem organizado, ajuda.
Este ano, o trajecto escolhido fez-nos rumar a sul de Barcelos, mais montanhoso que no ano anterior e no final confesso que fiquei...fatigado. O tempo esteve amigo para os betetistas (os agricultores é que já não acham piada alguma a isto), longe, bem longe do frio que se fez sentir no ano passado. Bom ambiente, muita gente à partida e tarefa cumprida. Senti-me bem, especialmente se considerar que não descansei para a coisa. Integrei esta incursão pelo btt como se de um treino se tratasse, mas os números não mentem. Apenas 5' dentro da pulsação confortável. Daí para a frente foi sempre à procura de terminar tão depressa quanto possível, como foi possível. Sinto que me falta participar em eventos com componente competitiva, para alcançar patamares que só a envolvência nas competições proporciona. As coisas andam a correr bem no nado, em estrada também me parece se está a pedalar a contento, hoje consegui correr sem queixas...Renasce a esperança.

Comparando a participação deste ano com a do ano transacto, e sabendo que os trilhos só foram iguais no nome, as semelhanças são mais fortes que as diferenças: cerca de 35' para o vencedor, mais 12' que em 2011. Isto vai lá.

Abraços triatléticos, companheiros.





Amanhã, 2ª Competição do Ano Horribilis!

09/03/12




Amanhã vou entrar novamente em acção e uma vez mais pela porta do btt. Este ano é a segunda vez que lanço os "bpm" para além das nuvens, depois da primeira participação no Raid da Lama. Ao invés, o "Trilhos dos Moinhos" assim designados já contou com a minha presença no pretérito ano, altura em que fui acompanhado pelo companheiro Mark Velhote, na sua primeira experiência competitiva off-road. 
Na realidade, competição haverá para quem a desejar, porque neste tipos de eventos há uma mistura muito grande entre atletas puramente competitivos, assim-assim e passeantes, e mais outros tantos.
Os trilhos usualmente são uma delícia e o anúncio de que se irá transitar excepcionalmente em algumas zonas, por serem privadas, aguça a ainda mais a curiosidade. Aliás, esta região é pródiga em excelentes trilhos para a modalidade e não será por acaso que aqui se organizam dos melhores eventos do País no género. Recordo-me que em 2011 a coisa correu bem, muito bem, tendo perdido cerca de 45' (146º/800...) para o atleta profissional que na altura venceu ( João Benta). Como o perfil do evento muda todos os anos, não sei realmente em quanto tempo irei cruzar os cerca de 1400 mts de acumulado durante os anunciados 48 kms.
A organização do Amigos da Montanha é muito profissional e recordo-me de no ano passado ter tido pena de não ter levado um saco para trazer para casa várias das imensas bolas de berlim que coloriam a banca do...reforço alimentar (entre outros produtos, óbvio).
Neste fim de semana não posso deixar de recordar Grândola, aonde me desloquei em 2009 para, após a activação prévia, ter de ir para a assistência pelas mesmas razões dos dias de hoje. Mas, fiquei sempre com essa ideia de que Grândola oferecia um segmento de btt  muito bonito para um duatlo. Ah! e que saudades da temperatura do sul.
O que realmente me deixa triste é ter de abdicar da prevista participação no duatlo de Famalicão, já no próximo fim de semana. Aguenta!...Mas, a fominha começa a deixar-me cadavérico. 

Bom fim de semana praticando seja lá o que for, companheiros.
Abraços triatléticos.


Reflexão XI

06/03/12




Já há algum tempo que não nada. Falta-me assunto. Ou falta-me interesse. Ou falta-me ainda outra coisa qualquer que me leve a escrever. O facto é que desde que me encontro na blogosfera algumas temáticas me parecem hoje por hoje inúteis. Já não sinto necessidade de escrever sobre eventos onde não estou presente. Perdi o interesse. A federação faz muito bem essa cobertura e com a razão do facto de estar in loco, em cima do acontecimento. Portanto, já não vejo necessidade de opinar sobre algo que outros, autorizados, o fazem melhor que eu. Eu sei que há sempre lugar para a perspectiva pessoal, mas ...entendem-me?
Por outro lado, não vejo igualmente necessidade de escrevinhar sobre a metodologia do treino, excepto quando se justificar. Na verdade, e apesar de ser uma área da minha especialidade profissional, há tanto assunto por esses lados todos que não viria acrescentar mais nada ou por outras palavras, algo de significado.
Referir novidades ou dar voz a acontecimentos, continuarei a fazê-lo. Mas, tal não acontece todos os dias.
Resta-me então falar sobre mim, exercitando o narcisismo que reside em todos nós, mais nuns que noutros.  Não foi de todo esse o propósito quando me iniciei neste espaço. Na altura fazia para mim sentido abordar várias temáticas. A verdade é que o mundo está a mudar muito rápido e também neste aspecto sinto que em apenas dois anos muita coisa se alterou: há mais informação, especialmente nos espaços especializados; por outro lado, as novidades já estão gastas ou vão-se gastando.
Como dizia, resta-me pouco mais que falar de mim. Só que...eu sou aquela desgraça. E continua tudo como dantes. O mesmo é dizer...sem correr. E não havendo provas, não há novidades. Vai-me valendo o BTT que nesta altura do ano domina os eventos do pedal. Pois...sobre este assunto, já reflecti muito, mas a conclusão é sempre a mesma: primeiro pensa-se em desistir e mandar tudo às urtigas. Mas, o vício está entranhado de tal maneira que volta-se sempre...à piscina, à estrada, aos passadiços, na esperança de boa fortuna. E assim cá andamos, a acreditar que novos ventos soprem.
É verdade: o triatlo de VR Stº António já era. Vai ter de ficar para o ano. Por isso, espero que a prova seja um êxito, para no próximo ano poder estar presente. O resto será sempre um dia de cada vez.

Companheiros, até breve e abraços triatléticos.