Caminho Francês de Santiago: Dia VII!

30/07/11



O dia começou bastante cedo. Este albergue tinha uma ligeira diferença dos outros; mais rigor no cumprimento dos horários, que por sua vez eram mais rígidos. Isso quer dizer apenas que "os trabalhos" se iniciavam logo às 6 da matina e tinhamos de estar todos cá fora, prontos a andar ou a pedalar, o mais tardar às 7 e 30.
E começou bem, este dia, como uma boa ação: um nativo tinha um furo, teria de aguardar pela abertura da tenda de desporto e eu, bom samaritano, dei-lhe uma. Foi bem. Ele desfez-se em agradecimentos. Normal.
No dormitório das biclas, e observando os preparativos, havia qualquer coisa de esqui nas rotinas. Fez-me lembrar isso.
O plano estava traçado: enfrentar o famoso, celebérrimo, fantasma, monstro adamastor chamado de Cebreiro. Era a dificuldade mais falada durante todo o percurso, por estrada ou por trilhos, a pé ou de bicicleta. A cavalo só mesmo para este, claro. Ao todo, encontrava-mos-nos a 200 kms de "casa". Mas o Cebreiro...Vamos a isso!
Estrada fora, junta-se-nos o rapaz de Valência. Toma o pequeno almoço connosco mais à frente. Antes da montanha, o percurso é bonito e passamos por uma localidade a fazer lembrar les petites galapiats. Lembram-se? 
E chegamos ao momento do sacrifício. É duro, sim sr. Nada que não se faça. Se eu fiz...qualquer um o faz. Muito suor se gasta naquela subida, mas é preciso espírito de sacrifício também. Não cheguei a precisar das velocidades mais leves. E subi, subi, subi...quase que tocava no céu. Mas, por estrada. O aviso de alguns betetistas de que teriamos de andar com a bicla à mão em vários pontos, fez-me claramente optar por  pedalar sempre em cadência. Digamos que estava desafiado a enfrentar a subida sem dar parte de fraco. Não dei e na fase final até deu para sorrir, encharcado, claro.
Parei para esperar pelos companheiros num café, quem diria? ali instalado. Que raio de coincidências tem este caminho. No final de cada subida, um café....bocadillos, tortilhas, colas, sumos, água e Nabila. Sim, uma catalã, do Barça, claro, que ali sentada descansava também da subida, ela pelos trilhos, viajando só, desfazendo amarguras de um amor em desatino, procurando por isso libertar o espírito para outras coisas, outras aventuras. Não foi a primeira com quem nos cruzámos que buscava o reencontro com a paz nas emoções dos afetos. Em Zurbira também uma Irlandesa confessava isso, mais à vontade. E chega o Pajó, depois o Zé e depois o Rubén, de Valência. Ficamos por ali um pouco e acabamos por continuar juntos. Quer dizer, eu opto pelos trilhos, eles por qualquer coisa porque a seguir desencontra-mo-nos, de tal maneira que estive bem mais de meia hora à sua espera. Nos entretantos, passo pelo marco que separa Galiza de Léon e Castilla, mas também pelo placard que anuncia o Cebreiro e premeia quem ali passa com uma magnifica paisagem lá bem do alto. Saiem fotos. Mais à frente, tenho e felicidade de esperar pelos companheiros em conversa com um galego experiente de vidas, lá pelas franças. Fala-me de emigrantes portugueses, também espanhois, mas acima de tudo dos que, a salto, procuravam melhor fortuna noutras paragens, mas que um rio lhes tirava a esperança se não soubessem nadar a preceito. Triste destino esse de quem tem de arriscar tudo para fugir da miséria. Tempos idos, mas parece-me que regressam, com outros modos, para nos pôr à prova. O simpático galego oferece-me vinho e telefone e fica o convite para quando ali tornar, então sim, tragar esse vinho com tranquilidade. Como ele merece.
Finalmente juntamo-nos. E seguimos. Eles querem continuar por estrada, eu por trilhos. Juntar-nos-emos mais tarde, em Sarriá. 
Até Triastela uma descida de se lhe tirar o chapéu testa-me a mim e à bicicleta. Terrível. Ao nível das maratonas mais exigentes que tenho feito. Depois, e utrapassada mais esta dificuldade, uma paragem para refoço de energias; mais tortilha (apanhei-lhe o gosto, hoje), mais cola com coca (para fugir à publicidade). Barriguinha composta e a dúvida: a partir daqui tenho duas possibilidades. Francamente, acho que escolhi a mais difícil. Cada empena. A tortilha, que ainda não havia assentado, até dá voltas no seu caminho. Eu fico com os bofes de fora num ápice. Havia que ser peregrino, havia que cumprir a penitência. Dá-lhe! Mas, a paisagem, os trilhos, as descidas, a despeito da dificuldade das subidas, são magnificas. Sinto-me um privilegiado por poder estar aqui.
Chego ao destino ao fim de 99,49 kms e após pedalar durante 6h29'. Ainda a tempo para uma corridinha de 37' com o Pajó, com frações de intensidade. 
Quando chego já os amigos momentos antes haviam tratado da escolha do albergue e aí reencontramo-nos com o Carlos, de Burgos. O Osvaldo tinha procurado chegar-se mais à frente. Acertamos o jantar, convidamos o puto Ruben e passamos um momento relaxante, com boa comida e bem regado. Eu fico meio aturdido com o cansaço, mas ainda tento fazer "amizade" com a net do albergue, que é paga. Não consigo, esta coisa do bluetooth dá-me cabo dos nervos e leva-me os trocos que me restam. Filha da...Como quase bato com a cabeça no teclado, nem passo pela festa que seguia lá num canto, fora, e onde estavam os companheiros, nos shots. Vou-me deitar que mal me consigo em pé. Foi uma noite santa.

Amanhã há mais. Abraços, companheiros.


Nota: Como já sabem, estou em casa. Agora, tudo se torna mais fácil, daí as fotos. Os dois últimos dias foram de loucos e não deu para nada mais que chegar ao destino na hora.


O albergue das biclas, Ponferrada


Enquanto percorria só

Um mimo num dos trilhos em que solitário pedalava

Lá do alto do Cebreiro

Uma homenagem ao Galego

Mais Cebreiro


Marco de províncias

Após a subida

Les Petits...

Outra



Caminho Francês de Santiago: Dia VI!




Jantar em Léon

Hoje acordámos mais tarde. Temos tempo. O El Corte Inglês só abre as portas às 10h locais. Antes, tempo para, calmamente, procurar a primeira refeição do dia. A noite havia sido mais tranquila que o normal, muito mais tranquila; nada de ressonâncias e o ambiente não se tinha sentido tão saturado. A razão tem a ver com o simples fato de apenas estarmos quatro pessoas a partilhar o mesmo espaço de dormida.
Este o dia mais "caliente"; finalmente começo o dia de manga curta. É novidade para mim, neste trajeto. 
hoje vamos ter de recuperar o tempo perdido. Na verdade, tivemos de abrir mão de meio dia e para quem pretender cumprir o caminho em oito dias, vai ter mesmo de dar ao pedal. Na realidade, nesta fase já não estávamos muito preocupados com calendários, apenas em não exagerar muito para além daquele plano inicial. O Óó já tinha saído há canos. O Carlos idem. Era a nossa vez, depois do Pajó e do Zé terem conseguido adquirir e montar o suporte, nem que para isso tivessem de ter virado o centro comercial do avesso à procura de ferramentas e com isso rejeitado uma oferta de trabalho para...mecânicos de bicicletas.
Léon tem má sinalização sobre o caminho de Santiago. Pena. Não custava nada uns poters ou placards nos postes ou sei lá onde. Mas, ao contrário do normal, esta cidade, carregada de história, confunde os peregrinos. Atinamos com a nacional correta, direção de Ponferrada, nosso próximo objetivo e por estrada, para acertar o relógio do pedal.
Chegou a minha vez de laborar. Assumo o comando do grupo e aí vamos nós, a caminho de Astorga para aí fazermos nova refeição, esta do almoço, debaixo de um sol radioso. O vento atrapalha por vezes, mas alguém nos demove? Isso é que era.
Almoçados, lá continuamos nós, num constante sobe e desce, mais sobe que desce, a caminho do destino esperado. Só que...passamos ao lado de um lugar mítico; a Cruz de Ferro! Não sei como foi, só sei que se nos escapou. Vamos ter de lá voltar, mas noutro ano, para atirar a pedra para o monte que os peregrinos vão construindo com esse gesto.
Antes de Ponferrada o Zé volta à carga para me convencer que será melhor separarmo-nos para a reserva atempada do albergue. Eu seguiria na frente e lá trataria das coisas em nome deles. Inicialmente resisto. Não gosto da ideia. Sei lá, acontece qualquer coisa e depois nem cá nem lá. Mas, dado que já anteriormente havia resistido a essa ideia, acedo para bem do clima do grupo. E lá vou eu, estrada fora e acima, até chegar a Ponferrada em hora de ponta e encontrar o lugar de descanso de final de dia. O problema é que não me deixam reservar camas. Portanto, terei de esperar pelos companheiros. Paciência. Enquanto espero, imaginem só quem reencontro. Claro, o Carlos, o Óó, e o puto de Valência, o Ruben. Sorrisos, conversa e lá chegam os caramelos. Muita gente de bicicleta, nesta altura e muito mais gente a pé, claro. Cada vez mais, porque à medida que nos aproximamos vamos acrescentando àqueles que começaram há muito, os outros que não querem/não pretendem empreitadas tão grandes. O ambiente é multinacional e multiidade e bom, francamente bom.
Quem me atende é um Uruguaio dos seus 70 anos que transpira simpatia por todos os lados. No final, haveriamos de dar um valente e sentido abraço. Mas, nada de ilusões. Este albergue parece os comandos da Amadora; alvorada às 6, toda a gente tem de estar na rua às 7h30' e o silêncio mais o apagão dar-se-á às 10 da noite. Assim foi. O aspeto mais negativo deste albergue é o enorme aglomerado de gente a dormir no mesmo canto. Ar saturado, muita ressonância, terrível. Bastante tempo após me ter deitado ainda suava como um cavalo. Por baixo de mim dormia uma simpática espanhola. Antes dela chegar, haviam-me destinado o beliche de cima. Perguntei porquê, se havia lugar em baixo. Depois de me explicarem, compreendia e tem toda a lógica; eu, ser mais ágil, deveria ficar em cima porque poderia aparexer alguém em muito menor condição que eu e assim ter acesso mais facilitado ao leito do descanso, nessa noite. Elementar, meu caro João.
O dia chegava ao fim depois de pedalarmos 115,29 kms , em 4h57'38''. Não foi mau de todo, ao fim e ao cabo.

Companheiros, próxima etapa está quase. É só dormir mais um bocadinho.


Caminho Franc^s de Santiago: Dia V.

27/07/11



Pequeno almoço em Sahagun, depois de deixarmos Corrrión de Los Condes, ainda em fiesta. Pelo cmnho, seriam quê? 8h e 30' da manha?, ainda a tempo de apanharmos numa povoaçao um fiesta à espanhla. Imensa gent na rua comemorando a vida. A caminho de Sahagun, cruzamo-nos com uma família francesa: ele triatleta, mas ela e o su rebento. Espetáculo!
na localidade da reposiçao de energias, conhecmos o Osvaldo Oliveira, que ficou de imediato conhecido pelo Óó, endo vindo acompanhado por um amigo que a páginas tantas nao suportou a fadiga e foi para casa mais cedo. Longa paragem, longa conversa e eu sempre a enfardar; dois pequenos almoós enquanto eles partíam cascalho.  Conversa tmabém com outros espanhois que íam em pregrinaçao pelos caminhos. O Osvaldo, apesar de peregrino, tinha outros traçados, todos em estrada. Seguimos juntos até Léon. Pelo caminho du para irmos conversando  apercebedo-me eu que este homem tinha muitos mas muitos quilómetros nas pernas. Sao muitos picos por essa europa fora que ele já fez, em gstao com a mulher, como convém.
Paramos em Mansilla de Las Mulas, a conselho do Óó. Lá, conhecemos um casal de holandeses que também fazem o caminho d bici, estrada, e por etapas. Este ano parem de Pamplona e procuram chegar a Santiago. Conhecemos também o Carlos, espanhol da zona de Burgos, que depois das férias esticado ao sol, percorre estes caminhos, fora de estrada.
Chegados a Léon, vamos instalarmo-nos no albergue municipal. Muito bom, boas condiçoes, pouco dadoa camaratas. O Carlos fica connosco. Após uma corridinha de 45' pela cidade, também marcada pela história, jantamos todos juntos, num lugar já conhecido pelo Óó. Boa disposiçao, claro, bom jantar, se calhar o melhor até ao momento. E enquantos amigos vao dar uma volta, eu procuroatualizar as novas. Nao tem sido fácil.
Amanha é altura de resolver o problema da bici do pajó.
Hoje, total pedalado 119 kms, em 5h28'

Um abraço e até breve.


Nota: estou com um problema relativamente às fotos. Vao ter de esperar por depois.


Caminhp Francês de Santiago: Dia IV

26/07/11






Após uma noite muito bem dormida, para mim, em Belorado, eis que nos fazemos à estrada para voltar a parar, para comer,numa estalagem, a de S. Rafael, onde viemos a conhecer uma proprietária plena de entusiasmo e energia para dar e vender. Muito dada ao negócio, mas também excelente conversadora, proporcionou-nos um momento muito gradável. De volta aos trilhos, fomos parar a um amontanha cuja subida impòes algum respeito, dada a dificuldade do trajeto e do terreno, muito pedregoso. Fez-me lembrar Fátima e lá em cima sentimos um claro apelo á reflexao, à espiritualidade. Num repente, aquelas pedras todas transportaram-me para a vida e suas pedras; aquelas que temos de carregar, as que temos de vencer. Assim também a vida, com muitas pedras no caminho. A arte estará no saber contorná-las ou aproriarmo-nos da sua força ou dificuldade que nos criam e saber usar essa dificuldade para nos fortalecermos enquanto pessoas. 
 Depois? Bem, depois passamos por Atapuerca, lugar património da humanidade, do tempo paleolítico e que fica também registado para cá voltar, com o tempo necessário que ele merece. Seguiu-se Vila Fria e Burgos. cuja Catedral é soberba, mas també a igreja de S. Nicolas, logo ali ao lado, em sintonia. Aqui, deixamo-nos ficar para apreciar o lugar e um pouco as gentes e seus rituais momentâneos.
Hornilhos del camino deu-nos uma vista simplesmente magnifica. Um senao; para a apreciar temos de escalar uma subida de estradao com 12% de inclinaçao. Veio-me à lembrança D. Quixote, também ele um peregrino e que por aqui deve ter passado conceentrado nas suas próprias reflexoes.
Quaundo tudo parecia estar a funcionar bem, acontece o p`rimeiro e esperwmos que último, percalço: uma avaria mecânica mais um furo. Depois de solucionar a coisa provisóriamente, havia que tomar decisoes e ela nao seria difícil; continuar por estrada até encontrar um lugar onde resolver o problema do suporte da bicicleta do Paulo. Nesta fase, vamo-nos curzando cada vez com mais ciclistas e peregrinos a pé. A fadiga, essa vai-se acumulando.
Ficamos em Corrion de Los Caminos, um albergue gerido por freiras, superiormente gerido, direi, onde tinhamos à nossa espera, para além de um ambiente fantástico, amigável, entusiástico, limonada! Soube que nem ginjas.
No total, perfizemos 140 kms, em 7h e 27' pedalando. Eu eo Pajó ainda fomos a uma corridinha de 30' e jantar tornou-se neste fim de dia um problema, dada a quase ausência de mantimentos. a sorte foi que as freiras tinham massa e arroz e alguém nos deu sopa, mais pao mais isto, ah! e o Pajó, espetácuclo! foi a um café qualquer e trouxe mais comida e coca-cola. Fantástico.

Um abraço e até já, companheiros.




Caminho Francês de Santiago: Dia II

25/07/11



Hoje nao há fotos. O problema com o bluetooth nao foi resolvido a tempo de neste dia poder tirar fotos.

O dia cordou cinzento e frio, como tem sido habitual. O verao anda perdido algures e nós agradecemos, embora custe um bocadinho recomeçar. Eu felizmente trouxe o meu casaco de inverno  de treino e nao passo nada mal. Os amigos Zé e Pajó acusam esta zanga do verao com as nossas latitudes. Adiante. Ainda assim, devo referir que é preferivel cinza que chuvoso, como tinha acontecido no dia anterior, altura em que apanhámos uma valente molha, mesmo que preparados, como convém, aliás.
Boa disposiçao ao pequeno almoço e muita vontade de continuar. Atrasados, sim. Continuamos atrasados, a ponto de começar a pensar se conseguiremos chegar dentro do previsto. Sem problema. Se se perder mais um dia que diferença fará?
Hoje já conseguimos cruzar o nosso caminho com imensos caminheiros, gente de todas as idades, mesmo. Alguns vêm em família, cantam, sorriem, todos nos cumprimentamos num ritual espontâneo, onde o termo "bon camino" é adotado como saudaçao universal, sempre dita com um sorriso partilhado. Nota-se que os caminheiros estao aqui nesta empreitada de livre vontade, dever pessoal, intrinseco. 
Alguns caminheiros nota-se que se encontram embrenhados de tal maneira na sua reflexao pessoal que chegam a assustar-se com a nossa presença, à nossa passagem. Nao é por mal, apenas vao no seu caminho interior, enquanto o outro, aquele que os pés pisam sai automatizado. A pé há muito tempo para nos entregarmos à nossa deriva pessoal. E esta escolha, a do caminho de Santiago, mais nao é que um pretexto para unir a espiritualidade às preocupaçoes da vida que nos rodeiam. De bicicleta também é possível. Porém, dado que os trajetos fora de estrada têm sido exigentes, com constantes subidas e descidas, a atençao tem necessáriamente de ser maior. Mas, há espaço. Há espaço para a reflexao, há espaço para a reflexao conjunta, há espaço, tal o tempo que temos ao nosso dispor, tal as distâncias percorridas.
Pleo trajeto cruzamo-nos com lugares interessantissimos. Para mais tarde revisitar, com outras preocupaçoes. Lugares há que dá vontade de ficar. O caminho de Santiago, como seria de esperar, cruza obrigatóriamente monumentos religiosos/históricos. Na memória escrita registo a Igreja de Zabaldika, do sec. XIII, a Basílica de Trinidad de Arre, do sec XII, o Portal de Francia, a igreja de S. Miguel, do sec XII, igreja do Santo SEpulcro, no Ayuntamiento de LIzarra. E a biblioteca do Ayuntamiento de Cirauqui, cuja passagem por dentro é fantástica. Aliás, o percurso deste dia fica marcado pelo carater muito medieval das terreolas, lindas. Como disse, para mais tarde revisitar. Ainda aqui estou e já tenho vontade de voltar, mas acompanhado por aqueles de que muito amamos. Puro desejo de partilha.
Ao nosso lado caminha uma cordilheira vistosa, assim como as eólicas, do outro lado. A páginas tantas encontramos a figura de Virgem Maria, meio perdida lá no alto.
Em Lorca paramos para comer. Que larica, meu Deus. O problema é mesmo parar. Aí, apetece ter um mercadinho aberto para empanturrar. Em Ayegui vamos ao Lidl. Já haviamos comido, mas teriamos de reforçar o farnel para a noite e pequeno almoço do dia que se seguirá.
O tempo melhorou a partir do meio do dia e finalmente tiro o casaco quente. Antes de Monjardin um troço verdadeiramente difícil, misto de estradao e single track, com pendentes fortes.
Ficamos em Los Arcos, um albergue 5 estrelas, muito bem gerido por dois belgas, casal, que se apaixonaram pela zona, com cozinha e cujo ambiente é bastante acolhedor, o que desconheciamos e que irá alterar os nossos planos futuros relativamente à comida.
No final do dia, e depois de Zubiri, onde corremos todos 30' bem puxadinhos, por minha culpa, também corremos aqui, desta feita 45' mais suaves.

Há um agardecimento especial que tenho de fazer. Ao meu amigo Mário, também ele peregrino, mas dos verdadeiros, que teve a bondade de me emprestar os seus alforges, mas acima de tudo a lembrança da cruz que me enviou por intermédio do Pajó para que a viagem me estivesse protegida. Muito obrigado, Mário. Agora, estou duplamente protegido, uma vez que também a minha-mais-que-tudo também me havia emprestado um símbolo religioso que transporto religiosamente junto com o meu pendente, para estar sempre abençoado. Obrigado também a ti, minha querida.

Abraços a todos os companheiros.


Caminho Francês de Santiago: Dia III



Saída de Los Arcos, onde dormimos bem, ao contrário da anterior noite. Destinamo-nos a Logrono, à procura do tempo perdido. Aqui deparo-me com a sensaçao já revista de que temos muito a aprender com essa Europa fora; um parque exemplar que a populaçao tem ao seu dispor roi-me de inveja, tal a diversidade de atividades de ar livre que se podem lá fazer, passando pelas desportivas, lazer, ler, ouvir, conversar...Um verdadeiro exemplo, na diversidade e na extensao. Muito bem concebido.
A seguir noto Redecilha del Camino, um lugar de campos de trigo, que também nos transporta para outras paragens; a uniao europeia e as suas políticas. Só sei que estive perante um enorme celeiro espanhol. Até belorado, lugar onde decidimos ficar, passamos por mais dificuldades do terreno, num sobe e desce quase constante. A páginas tantas o Zé, vendo que eu ia me ia afastando para os esperar nas subidas, comeña a entrar em desespero e quer que eu siga, só, até á povoacao onde decida ficar e depois aviá-los, para nos reencontramo-nos lá. É um momento de alguma tensao. Nao há necessidade. fazemos aquilo que for possível fazer. Viemos juntos, chegamos juntos. Está decidido.
Ficamos pois em Belorado, onde encontramos outro amigável albergue, também com cozinha self-service e com um ambiente muito jovem, muito alegre. Aí procuro adiantar qualquer coisa na net e resolver o problema da descarga das fotos. Adianto, sim. Mas, este percurso é um verdadeiro taximetro de internet, onde cada minuto é pago a peso quase de ouro. Apesar de que em Belorado é um pouquito mais acessível. Ajuda. O lugar é agradável, também, mais uma vez com um bonito parque verde para laser associado.  Sempre.
Hoje fizemos 113 kms, num total de 7h52' a pedalar. Ontem foram 92,96 kms, num toatl de 6h e 31' pedalando. No primeiro dia 52,9 kms.

Companheiros, abráços e até breve.

Pequeno almoço em Belorado







Caminho Francês de Santiago Dia 1 Part II

24/07/11



Aproveito a bonança das facilidades promovidas pela internet e procuro adiantar um pouco este diário de viagem, sabendo que luta dcerrdamente contra o "taximetro". Vamos a isso.

A noite foi no sud-express foi emabalada pelos rails do comboio. Acordar foi como redescobrir outras línguas, porque a frequência do usdo do inglês, francês e portunhol é coisa comum nestas coisas. Depois de nos despedirmos dos companheiros referidos anteriormente, foi altura de tratar de nós. Estavamos ainda em Handaia, perdoem o erro, mas tinhamos de apanhar um TGV e procurar chegar a St. Jean Pied de Port, qualquer coisa como S. Joao do Pé da Porta, para conseguir cumprir o plano de viagem dentro do horário estabelecido, de forma a cumprir esta aventura nos 8 dias acordados. Começou mal. Perdemos a ligaçao e isso fez-nos esperar mais tempo. Ao todo foram duas horas à vida. A localidade de início é muito simpática e dava jeito ter mais tempo, mas nao. Tinhamos mesmo de seguir. Seria por estrada e a coisa parecia simples. Só que mais à frente as inclinaçoes sucederam-se e às tantas estavamo-nos a lembrar das etapas da volta à França nos Pirinéus. Foi mesmo assim, subida longa, longa até chegar ao céu. Alguma coisa nos deve ter escapado, porque uma terra inicialmente previsat falhou-nos. Acho eu, ainda terei de confirmar isso. Mas, chegamos a Roscevalles, localidade pequenamas atraente, muito histórica religiosa. Tinhamos de seguir O plano seria chegar o mais longe que pudéssemos, já que Oamplona estaria fora do alcance para o dia. Acabámos por fica em Zubrira, num albergue que será o melhor se nao houver outros. Pelo meio, trilhos fantásticos, sempre ladeados pelas montanhas. caminhos que também sao fronteiras de grandes prados de pasto e onde as cancelas que ora temos de abrir ora temos de fechar, nos asseguram que por ali vamos certos ao nosso destino. 
Também encontrámos gentes, mas sobre elas haverei de falar mais à frente.
O dia nao teá começado da melhor maneira, relativamente ao nosso plano, mas estavamos confiantes de que nos seguintes poderiamos recuperar o tempo perdido.

Deixo-vos algumas imagens. Um abraço e até breve.








Caminho Francês de Santiago Dia 1, imagens.

23/07/11







Finalmente, consigo mostrar algumas imagens que ilustrem um pouco do que tenho referido. Nao foi um processo fácil , mas enfim, já está.

Bom, boa viagem pelas imagens.

O tal problema do espaço no sud-express

Boa disposiçao, sempre..Pajó e Zé

Fronteira de Vilar Formoso

Sem coments

Nuestros caballos

Companheiros de viagem referidos.



Eu sei que o diáruio anda desfasado no tempo, mas eu e os meus companheiros também.

Besitos, besitos.


Caminho Francês de Santiago: Dia 1, Part I



O sud-express muito desde os longinquos tempos de 82, quando nele viajei também para me internacionalizar e com isso aventurar-me por outras paragens. Hoje em dia está mais moderno, mais higiénico, mais confortável. Melhore, portanto. Nao quero dizer que durante 29 anos nao se poderia esperar realmente melhor. Contento-me por saber que alguma coisa evoluíu de  forma positiva.

Depòis de algumas peripécias na autorizaçao  e nao autorizaçao do trasnporte das biclas no compartimento, vivenciadas logo em Lisboa pelos amigos, que me pouparam a essa chatice, foi necessário descobrir mais espaço para mais volume. Respirar novamente o ambiente específico de uma viagem multicultural é uma sensaçao que me faz voltar lá atrás, novamente, àqueles tempos, e confesso que me rejuvenesce, reaviva-me expetativas, reforça-me as energias, faz-me brilhar por dentro e por fora.
Encontramos dois companheiros também viajantes e mais experientes que nós. Trocamos isso, vivências, e falámos demoradamente sobre o futuro próximo. Eu confesso que me desliguei a certa altura. Porque procuro o novo, o inesperado. Portanto, a surpresa. Nao quero nada antecipar. Apenas algumas coisas. Foi um momento marcado essencialmente pela boa disposiçao.
Um momento, outro, que outrora tinha um significado que hoje passa despercebido, ou quase, à maioria tal dos utentes do comboio, tal a naturalidade nos dias de hoje, é a passagem em Vilar Formoso e o início do trilho internacional. Antigamente, esta passagem era severamente marcada pelo tempo dedicado à fiscalizaçao das gentes e dos pertences, como se consigo levassem  coisas roubadas, escondidas no mais recôndito dos segredos, tesouros do mundo. Nem que tivesse sido apenas por isto, viva o 25 de Abril.
Sao 22h30'. O cansaço entrou lentamente em mim, a luz que ilumina este diário vai-se dispersando e eu penso que chegou a hora de descansar. Boa noite.
  


Nota: Há fotos, mas nao há ainda como descarregá-las.
Nota 2: As acentuaçoes dependem dos teclados, por isso...


Caminho Francês de Santiago: Dia 0 Part II

21/07/11



Inicío esta minha viagem (ou direi nossa?) com vários pensamentos súbitos que me assaltam o espírito enquanto percorro estarás e caminhos férreos, e pelo meio cruzo esses pensamentos com outros, mais de cariz societário ou cívico ou ambos, que me levam a percorrer outros estados, estes mais de âmbito filosófico, se queiserem.
E esses pensamentos primeiros encontram-se todos numa encruzilhada, o entroncamento dos porquês. Porquê esta aventura. Porquê agora, nesta idade. Porquê nesta altura do ano. Porquê esta despesa. Porquê isto e porque aquilo. E o porquê dos porquês.
O porquès desta aventura se`rá algo lógico em mim e por isso mesmo o mais fácil de responder. Sem dúvida que passandoa pente grosso o meu passado enquanto pessoa, sempre me vi destinado à busca da aventura. Esta será mais uma. O porquê de agora é circunstancial e nao terá nada de por aí além. É agora e pronto! Mas é agora porque me sinto acondicionado a isso, me sinto preparado a isso. Provavelmente, antes desta minha entrada na prática regular da atividade física consistente tal nao me passaria pela cabeça.
Pelo meio viajo por estes campos interiores do nosos País e revejo paisagens, cenários demais vistos, demais observados, campos maltratados, uns, abandonados,outros, fruto do desinteresse ou da crise das finanças, mas também do interesse ele também em crise. E penso como alguns pormenores vindos de gestos de cidadania poderiam mudar cenários, aqueles, paisagens,outrora vistos e que para nós perduram no nosso passado e no nosso presente, teimando em ensinar-nos que nao vale a pena, é mesmo assim. Será?
O porquê dos porquêsé o mais difícil de responder. Nao sei. Talvez  o tempo de estar mais comigo me faça sentir mais entregue a mim mesmo, sem as referênciais quotidianos, aquelas que nos guiam diáriamente, como se fossemos invisuais e automatizados nos deixamos levar por elas. Ou entao a demanda de Santiago e dos caminhos que levam todos os peregrinos até  ele acabe também por me invadir, levando-me a uma intrsopeçao inesperada, fazendo-me refletir sobre isto tudo.
Serao as formas de Deus, as que Ele tem para nos levar à descoberta de Si mesmo, descobrindo-nos a nós próprios...? Se assim for, Deus viverá em nós e esta uma prerrogatiova suficientemente forte para mim para acreditar na sua existência, porque também eu penso que  nós e Deus  somos todos  em si um só.

Até breve, companheiros.





Caminho Francês de Santiago: Diário de Viagem - Dia 0.

20/07/11





Após um estresse provocado pel necessária entrega antes da viagem de um, como chamar-lhe? treta de relatório de auto-avaliação profissional, cujo destino será quase certo a reciclagem, dada a sua quase inutilidade prática na aferição da qualidade de intervenção profissional, mas adiante, e que me condicionou bastante nos últimos dias, a ponto de me baralhar completamente os treinos, eis que estou de partida.

À última da hora surgem sempre os imprevistos indesejáveis e desta feita também não foi exceção. O suporte para as bagagens "falhou" e houve que investir num outro. A conta-relógio para ver se ainda ía a tempo de uma corridinha relaxante (que bom é poder dizer isto) antes da viagem até Gaia, onde me encontrarei com o comboio regional que levará a outro comboio, este bem mais altivo da sua história e dos seus trajetos, o sud-express (velhos tempos de inter-rail, ai que saudades!), em Coimbra, constato que era muito boa vontade, mas principalmente muita ilusão.
Bom, mas posso afirmar que está tudo alinhado, burra preparada, para a empreitada. Até o tempo estará a ajudar, agora que voltou o sorridente sol. Ainda terei de fazer uma passagem pela loja do ti Belmiro, para...coisa pouca. Mas tudo controlado.

Agora, tempo de aconchegar o estômago e vislumbrar algures no que me espera motivos para sorrir de prazer. 
Como disse, procuro acima de tudo isso, a diversão, o desfrutar de, juntamente com amigos, abraçar uma aventura para mais tarde recontar a alguém interessado. A intenção é manter este diário atualizado. 

Abraços, companheiros e amigos, e até breve.


Clássica Póvoa/Terras de Bouro (Campo Gerês)!

17/07/11




Este fim de semana a agenda apontava, já há bastante tempo, para a minha participação neste evento. Paralelamente, havia um outro, ao qual tenho "fugido", de forma involuntária, e que é muito engraçado, porque tem algo a ver com multiatividades em sequência, como o triatlo, especialmente. Trata-se de uma prova que já vai na 3ª edição, penso eu, e que consiste em cumprir três percursos seguidos, de três modalidades diferentes e por esta ordem: 20 kms de btt + não sei quantos de canoagem (penso que 3 kms) + 5 kms de corrida. É atrativo, mas a simultaneidade com o evento de ciclismo fez-me optar pelo primeiro. Ainda não sei se fiz bem ou se fiz mal. 
A prova de ciclismo deste ano não comportava a dificuldade que a marcou no ano transato; escalar a tal subida da Junceda, cujo grau de dificuldade é elevadíssimo, acima de tudo pela extensão da mesma e pela alternância das pendentes. Mas, pronto! Este ano essa cruz não teve de ser levada. Houve outra, a subida de acesso ao Campo Gerêss, a seguir a Terras de Bouro, já minha conhecida porque de tempos a tempos faço um treino longo de ciclismo que me leva para aquelas paragens. A prova deste ano também tinha outra carateristica, menos positiva, que era o facto de não haver transporte de retorno. Quer dizer, teria de fazer mais cerca de 70 kms para regressar a casa.
O dia estava bastante fresco, mas antes assim porque na véspera havia chuviscado e se assim se mantivesse seria uma manhã chata, essencialmente devido a duas coisas: o frio durante a parte de andamento condicionado e o piso, escorregadio, possibilitando quedas nada aconselháveis. Mas, não chuviscou. A partida deu-se já tardia relativamente ao previsto, cerca de meia-hora. Isto porque o pessoal teima em não ser pontual e sendo um evento popular, pago, o Zeferino-organizador teria de saber suportar as pressões críticas se mantivesse a intransigência de uma partida "na hora". Assim, e porque a aragem aconselhava, fiz um aquecimento de 10 kms, às voltas num parque de estacionamento que se encontrava às moscas.
A distância anunciada não falhou, pouco mais de 81 kms. Os batedores da BT fizeram um trabalho impecável, mantendo a estrada livre para passarmos. Durante a fase de roda controlada, os habituais aromas a borracha queimada e acelerações, provocadas acima de tudo pelo aparecimento de obstáculos, leia-se carros, que esperam pela nossa passagem e encurtam a estrada momentaneamente. 
O pelotão era numeroso, mais de 300 ciclistas, e conseguiu seguir compacto até um pouco mais à frente de Prado, onde e ainda antes do previsto, começaram as hostilidades. Não ía mal colocado, mas ainda assim só me apercebi da alteração do andamento um pouco depois. O que poderá custar caro para quem pretende seguir no pelotão, como era o meu caso. Basta perder a roda e...E perdi. Andei ali no elástico, com imensa gente. A cadência era forte e não estava fácil seguir conforme o previsto. Mesmo considerando que no dia anterior havia corrido quase 18 kms e portanto seguido à risca a ideia de que esta era mais uma fase da minha preparação, não um fim em si mesmo. E descolei. Segui com outros "descolantes", mas nunca desistimos porque o pelotão ou as suas traseiras estavam mesmo ali, só faltava mesmo esticar o braço. Esticámos e conseguimos recolocar. Seria até à próxima pendente, claro. Os grupos foram-se formando em função dos diferentes andamentos e aproximava-se a parte realmente dura; a subida de acesso ao Campo Gerês, logo a seguir a Terras de Bouro. E aí, meus amigos, comecei a deixar muita gente para trás e a alcançar outra, porque eu tenho uma caraterística própria; fraquejo ao primeiro impacto mas quando a coisa dura recupero, recupero, recupero...e lá fui de recuperação em recuperação. Após a subida juntámo-nos uns quantos  e procurei seguir naquele grupo até à meta. Cedi a páginas tantas e mesmo em cima da meta acabei por ser ultrapassado por alguém que eu andava a marcar, fruto de experiências de outras participações, e que tinha passado na dureza da subida maior. O peso dos 18 kms do dia anterior e de uma semana muito pesada em termos de volume não me permitiu melhor. Mas, fiquei contente, no final.
O regresso, enfim; foi vir na minha própria roda. Quando em Barcelos, já a apenas 15 kms de casa, liga-me a mulher (fantástica) a dizer-me que ía a caminho buscar-me. Foi bom, mesmo sabendo que o tempo que estive à sua espera teria dado para chegar a casa. 
No final, a certeza de que ainda não tenho o problema da planta do pé resolvido faz-me pensar se outros voos serão possíveis sem resolver isto. Não me refiro aos longos, mas a outros voos para distâncias mais... largas. A ver vamos.
Sobre a organização, apenas dizer que o melhor, aquilo que faria muito bem a muita e boa gente, era fazer umas reciclagens ou formações na Galiza, por exemplo, para terem uma ideia de como se organiza eventos com qualidade. E mais não digo.

Agora, vou entrar em "self-férias desportivas". Entretanto, é possível que lá para Setembro ou Outubro tenha uma grande, enorme, novidade para vos contar. 

Companheiros, abraços triatléticos e até breve.


Campeonato Nacional de Duatlo Grupos de Idade, em Ourém: StartList e Previsão do Tempo.

16/07/11




Entre um calendário apertado de provas de triatlo no mês corrente, aparece o Campeonato Nacional de Duatlo para apurar os Campeões Nacionais por idade. Alguns nomes, pouco dados à natação, regressam, para se divertirem, uns, para tentar a sua sorte, outros.
Deixo-vos a previsão do tempo, que se anuncia muito bom, e a startlist divulgada pela federação.
Eu irei entreter-me com uma clássica de ciclismo que irá ligar Póvoa a Terras de Bouro, este ano numa distância menor. Porém, parece-me que me esperam outros tantos quilómetros de regresso, já que nesta edição não está previsto transporte de retorno. A ideia era treinar e assim fica mais completa a ideia de um treino longo.
Para todos, votos de boa prova.

Abraços triatléticos.




Caminho Francês de Santiago, entre 21 e 29 de Julho!

13/07/11



(Rota Azul)

A ideia havia surgido já há algum tempo, não sei bem porquê, mas surgiu. Ah! Muito provavelmente porque os Caminhos de Santiago fazem parte de um imaginário de sonhos, fruto dos relatos antigos e míticos, desde os tempos medievais, que me fascinaram sempre, imbuídos de estórias e estorietas fantásticas. Para além disso ou dentro disso mesmo, a busca da aventura.
Eu confesso que não vou aos caminhos com aquele intuito tipicamente religioso, na esperança de uma proximidade maior com Deus ou expurgar seja o que for, nem penitenciar-me por nada em especial, sequer penitenciar-me até. Vou porque é uma aventura, acima de tudo isso, uma aventura. Claro que irá haver reflexão filosófica sobre a religião, mais amiúde a católica, por via disto ou daquilo. Mas, não irei à procura de reforçar a fé, nem ao pagamento de alguma dívida com Deus, menos ainda à procura dos benefícios da sorte fruto de alguma superstição em especial. Não! Considero-me um católico liberal e por isso parto livre de dogmas e preconceitos. Deus e eu cá nos temos entendido.
Mas, não vou só. Comigo vão também dois amigos: o Paulo Santos, mais conhecido por Pajó, e o José Botelho.
A ideia é chegar no dia 29 de Julho, portanto 8 dias após a partida. Tudo parece estar planeado e pronto a andar. Os amigos, vindos de Lisboa, serão encontrados no sud-express, quando passar em Coimbra. Em Hendaye viramos para S. Jean de Port, onde então iniciaremos a empreitada. 
Conto fazer o diário da viagem. A dúvida é se será aqui ou no facebook. Está dependente das facilidades tecnológicas. Para isso, espero dispor do tempo necessário para usar o telemóvel. É sabido das regras apertadas relativamente ao cumprimento da hora do silêncio, ao cair da noite, nos albergues dos peregrinos. Vamos ver como a coisa funciona.
E os aventureiros são:

José Botelho

Pajó

Eu, pois.

Companheiros, abraços triatléticos.




Balanço da Época: 3º Momento de Avaliação.

12/07/11



É chegado o momento de olhar para trás vislumbrando o que para a frente está. Neste momento e por força do que tenho conseguido fazer, sou "obrigado" a concordar que atingi a plataforma de nível 2 das minhas capacidades de performance. E digo "obrigado" porque se é verdade que ao nível da natação e ciclismo tenho estado num bom plano, o mesmo já não poderei dizer relativamente ao atletismo, onde as coisas sem terem corrido mal, já estiveram bem melhores na época passada. O que é perfeitamente natural de aceitar, por mim, dada a entrada tardia dos treinos de corrida nas rotinas da minha preparação para o triatlo. 
Porque me senti cansado após o olímpico de Aveiro, e por via disso, mas também das despesas relacionadas com uma eventual deslocação a Vila Viçosa, a prova realizada nesta gentil e bela localidade estava fora de cogitações. À que fazer opções. Porém, esta semana que passou senti que o meu corpo está a gostar e quer mais. Por isso, sonho alcançar o patamar 3, aquele que determinei como o limite máximo das minhas capacidades atrás referidas. Sinto que ainda há caminho a percorrer ao nível do nado, mas também ao nível do ciclismo. O problema é que o que falta precisa de tempo e como já aqui foi referido, não há milagres, absolutamente. Assim sendo, ele, corpo, vai ter de aguardar. Triatlo só em Setembro, por via do calendário, das férias, mas também da introdução de outras coisas, mais aventureiras, completamente outsiders, mas que me apraz concretizar. De uma dessas aventuras darei conta amanhã, aqui. Posso no entanto adiantar que ando à procura de uma maratona. Há a do Porto, claro, mas gostava de algo novo, trajeto novo, novos percursos, outros ares. Em Bilbao sei que irá haver uma interessantíssima, por ser noturna. A do Porto é mais económica, sem dúvida, e isso poderá ser decisivo. Um outro objetivo traçado, e agora possível de concretizar, é a participação pelo menos num trail. A questão é que o calendário das provas anda zangado com o meu e não sei se vai ser possível concretizar esse objetivo. Vamos ver. Duma coisa tenho a certeza; uma ou outra coisa há-de ser feita. De braços cruzados não fico.

Hoje é só mesmo para o balanço do momento. Companheiros, abraços triatléticos e até breve.


BTT Curvos!

10/07/11



(Foto: marioffernandes.blogspot.com)

Boa noite, companheiros.

Hoje foi dia de matar saudades da variante da arte de pedalar, o BTT. Já há muito que não pegava na "burra", naquela. Aliás, ainda tinha de retirar o frontal da minha última participação, o campeonato XCO de Vila do Conde.
A prova de Curvos servia, então, para isso mesmo; inserida no plano de treinos para o dia de hoje, também para matar saudades, para trabalhar a propriocetividade na  modalidade. Isto é, aferir da sensibilidade do corpo perante os desafios sempre imprevisíveis que os trilhos fora de estrada proporcionam e, acima de tudo isto, fazer relembrar à mente e às estruturas músculo-esqueléticas como é pedalar sempre, ou quase sempre, em sobressaltos. Pelo meio, servia também para reencontrar muitas caras conhecidas, algumas amigas, como foi o caso do Américo Machado que me confidenciou ser um fiel seguidor deste espacito. Obrigado, Américo, pela fidelidade. 
O evento é interessante. Hoje realizou-se a 4ª edição e os mais de 300 betetistas presentes fazem prova de que a organização cumpre muito bem o seu papel. Também é bem verdade que não será estranho os prémios de algum modo aliciantes que a organização anunciava à partida: 100 aérios para o 1º, 75 e 50 para os seguintes, e mais uns troféus para os restantes que se evidenciem. 
Já aqui falei disto, e esta prova de Curvos é o exemplo acabado de que uma boa organização faz uma boa projeção de um evento. Ao invés...o exemplo contrário é a Maratona de Viana do Castelo. Tomara, é isto mesmo, tomara que uma cidade como a de Viana, com largos pergaminhos também no desporto, pudesse ter uma organização como esta, de uma simples freguesia como a de Curvos; simples na humildade, grande na organização.
A distância a percorrer era também ela simples (25 kms), mas o trajeto, exemplarmente sinalizado, com o trânsito disciplinarmente condicionado, não sendo demasiado técnico, foi durito; muitas rampas lentinhas, em paralelo, faziam mossa nos quadricípedes. Inicialmente previa cumprir a distância em qualquer coisa à volta da 1h40'. Afinal, foram 1h24', com uma velocidade média de 17,7 kms/hra e...cansaço, bastante cansaço após uma semana de muito trabalho. 
A  manhã ainda ia cedo na hora e permitiu por isso ligar para casa e vir a correr tomar o pequeno almoço ( o segundo) com a mulher e a sobrinha, que entretanto iniciavam o dia, na loja do tio Belmiro.

Até breve, companheiros.



Imagens do Triatlo de Aveiro.

08/07/11



Desta feita, mudei de fotógrafo e tive o grato prazer de contar com a presença da minha adorada filha, que nunca havia assistido a um triatlo do pai, e assim teve a oportunidade de matar vários coelhos só com uma cajadada. Noto que a qualidade das imagens obtidas mantém-se e serei um afortunado, definitivamente.

Apreciem e retirem/copiem as que vos aprouver.
Abraços triatléticos, companheiros.

Antes


Durante


Após


Triatlo de Aveiro, A Prova.

06/07/11



(Falta o Manel,,,)




No fechar da cortina do evento que aqui me trás, ficam grandes recordações. Nem todas verdadeiramente positivas, o que pode parecer estranho, mas adiante explicarei.

As Elites
Olhando para a classificação e chamando ao presente as memórias guardadas de dentro, fiquei embasbacado com o elevadíssimo ritmo que essa extraordinária rapaziada imprimiu aos seus andamentos, quer no ciclismo, quer na corrida. Natação não dava, como não deu. E observando melhor os tempos realizados, comparando-os ainda com aqueles registados na última edição do Campeonato Europeu, realizado em Pontevedra, os dois primeiros pouco ficam a dever aos registos médios da participação dos elites europeus, e se considerarmos  a sua jovem idade, o futuro poderá ser-lhes risonho, assim continuem focados. O que quer dizer que toda esta malta nova sub23, na sua esmagadora maioria, tem classe internacional. Tem um grande significado para a modalidade, mas acima de tudo para o desporto nacional. Ainda não serão devidamente reconhecidos. Apenas alguns sobressaem na imprensa afim, mas acredito que mais tarde ou mais cedo o mérito do seu labor será amplamente reconhecido em termos públicos.
O primeiro sénior aparece "apenas" no 18º L, o que faz realçar o que atrás ficou dito. Depois, 4 juniores nos 15 primeiros também é muito bom sintoma. Uma palavra para o Sporting da Golegã que, aparecendo este ano e em força, tem atletas de grande nível global, mas também alguns pontas de lança com elevada qualidade, como é o caso do júnior João Francisco Ferreira, colocado em 13ºL. Muito bom.
O nível feminino, mesmo com a participação da Anais Moniz, que venceu com larguíssima vantagem, ficou um pouco aquém do desejado, especialmente porque...não há homogeneidade na capacidade individual das atletas; se são muito boas na natação, são fracas na corrida, se são fortes na corrida, são fracas no ciclismo, se...é pena! Portugal precisa muito de atletas de dimensão internacional para além da Anais e Areosa, as duas únicas atletas do momento capazes de competir a nível internacional, e não está fácil preencher esse vazio que a ultra-super atleta Vanessa Fernandes deixou na modalidade. Será que nos habituámos mal? Mas, nunca desistir. O Fonte Grada tem um "puro-sangue" cuja capacidade só peca ao nível do ciclismo, mas este leva tempo. Não é fácil pedalar bem de um dia para o outro, como não é fácil nadar e correr bem só com um estalar de dedos. Esperemos que a vontade supere os sacrifícios que terão de ser feitos para se atingir níveis que a projetem para fora de portas.

A Prova, minha
Agora, após ter assentado todo o pó resultante da exaltação pelo lugar alcançado, confirmo que atingi um pico de forma. Foi planeado? Foi, isto é; preparei-me em função das circunstâncias para Pontevedra, essencialmente. Aveiro aparece na sequência dessa planificação. Porém, não posso deixar de reconhecer que 
fazer dois "olímpicos" seguidos, em menos de oito dias, tem os seus custos, pelo menos para um atleta veterano, como eu. A realidade é que, apesar da gestão que foi feita durante a semana que mediou a competição na Galiza e esta a meio caminho entre o centro e o norte do País, mal comecei a esbracejar na água me senti...cansado. Não terá sido por acaso que vários dos que marcaram presença em terras galegas desistiram ou "passearam" em Aveiro. A bela Katarina Larsson à cabeça. E se acrescentarmos a isso o facto de que estávamos num segmento novo no triatlo, que descobri agora em Aveiro, o "porratlo", isto é, "procurar nadar com o máximo de cacetada possível", a sensação de fadiga acentuou-se. Aos poucos pensei que me iria libertando da cela aquática em que me tinham enjaulado, mas não. Foi praticamente toda a viagem literalmente encurralado entre pontapés e esmurranços. O engraçado é que aind ahouve alguém com sentido de humor que de vez em quando me fazia cócegas nos pés. Seria para eu me rir? Logo eu, que me estava a divertir imenso. Ria que Deus-a-dava, piada é que não achava nenhuma. O momento melhorzinho terá ocorrido aquando do retorno, mas não durou muito...já bem perto da chegada, sinto pontapés; mas que raio de técnica de natação é esta, que novidades introduziram as novas tecnologias na cena da natação que se passou a nadar pontapeando a água de lado? Não entendi. O que eu sei é que detesto toques aquando no nado. Perturba-me a respiração, que indo nos limites fica logo atarentada, ela e eu. Bom, tinha acabado a via sacra, havia cumprido a penitência toda, estava na hora do ciclismo. Este tinha a estratégia bem definida; ir na roda, fosse ela qual fosse. Apanhei ou apanhou-me ele, um novo amigo nestas coisas do triatlo, com quem no final troquei um intenso e forte abraço, o Luís Ferreira, da Académica S. Mamede. Mas, será eu este clube só tem gente cinco estrelas? Fantástico, Luís. Fizemos uma parceria um pouco ingrata para ele; é que ele puxou a maior parte do tempo, nos poucos momentos em que fui para a frente, ele atrasava-se. Mas, recuperava e lá seguíamos juntos os dois. Pelo caminho fui.me apercebendo de que afinal a natação não teria sido assim tão má. Muita gente famosa me ia alcançando. Ainda procure colar-me a alguns, mas não era dia de grandes loucuras, o corpo não deixava e uma dor que começou por ser zinha e passou a preocupante, no quadricípede esquerdo, fazia-me temer pela corrida que entretanto se aproximava. Até que aparece um pequeno grupo liderado pelo Paulo Renato, do Peniche. Não havia alternativa senão juntar-se-lhes. E assim foi até à segunda transição. Entretanto, o Luís ficou para trás. Não por muito tempo. 
Na transição deu de imediato para perceber que o Paulo está bem melhor na corrida que eu, este ano, mas também deu para entender que este segmento final haveria de ser bem sofrido. Só a partir da segunda volta é que o sistema se soltou mais um pouco, mas a fadiga estava lá e preparado estava para o sofrimento final. Nos entretantos passa o Luís, o Carlos Gomes, que ainda tem a lata de me propor uma colagem, só que a cola estava gasta, só havia post-it. Este homem faz um regresso em pleno, com um nível fabuloso. Grande V2 que terei de gramar para o ano que vem. O melhor é continuar a pensar neste. Passa também o Feijão, grande companheiro, mais o Cipriano do Fonte Grada e mais a Liliana, também do Fonte Grada que levava fogo nos pés. Grande curso de corrida. Na entrada da parte final da corrida acontecem-me duas coisas quase em simultâneo: vislumbro o rival direto do Almada, Paulo Carvalho, e estranho. Por aqui? Acelero, passo-o. Só que mais à frente, num cotovelo, aparece-me outro rival, nesta fase bem mais perigoso; o Manuel Gonçalves! Dispara o alarme, falta aí quê? 1 km? Bom, acelero, dou tudo. A vantagem é boa, mas...nunca fiar, o Manel corre muito bem, bem demais para mim. Ultrapasso tudo e todos naqueles metros finais até à meta e seguro a vantagem de pouco mais 50''. Mais tarde verifico que fico a 1' do primeiro do escalão, o João Santos, do Bombeiros Estoris. Concluo que se tivesse mais uma volta...ficava tudo na mesma para mim, só trocavam os nomes à minha volta. É melhor deixar assim mesmo. 
No final, e apesar de um segmento de corrida sofrível, o melhor registo após três "olímpicos", e sempre a baixar a marca. E um lugar no pódio, especial pelo inusitado, por ser a primeira vez que sinto o prazer de subir  o degrau. É o culminar de um momento muito bom e de chegada da alegria, após momentos de desespero, por vezes tristes, com lágrimas caladas no interior do meu silêncio, na certeza de que a "corrida" só agora irá verdadeiramente começar. Mas, disso tratarei de falar mais à frente, outro dia.
Agora e olhando para trás, para Pontevedra e para o exemplo dos triatletas com deficiências várias, tenho cá uma sorte, companheiros...temos cá uma sorte!

A Organização
Tenho duas observações a registar que não posso deixar de comentar. A primeira tem a ver com o segmento de natação. Como é possível meter a rua Augusta na rua da Bitesga? Meu Deus! Quer-se fazer ali a prova...vamos lá ter boa vontade e ser positivo; porque não partidas separadas, por escalões, por isto ou por aquilo, mas separadas! As imagens falarão por si, as que hei-de publicar, mas a sensação de que lutei para sobreviver na água é real. Como dizia um companheiro no final; será que teriam coragem de proceder a uma prova assim com a malta da formação, com o mesmo número de participantes? Eu pergunto; será que uma organização internacional aprovaria as condições de natação em que participámos? Sei que a esta altura estarei longe de decidir o que fazer para o próximo ano, mas que não me apetece nada voltar a sobreviver naquele "porratlo"...
Segundo aspeto; já referi a propósito da prova realizada na Póvoa de Varzim, nos dois últimos anos; da importância da retirada das lombadas da estrada aquando da realização do segmento de ciclismo. Não é por nada, é só porque é demasiado perigoso e caro! A velocidade a que se passa é elevada, não é coisa a menosprezar. Em Setembro de 2010, por altura da realização do evento referido, na Póvoa de Varzim, um super-sprint, simpatiquíssimo, bem organizado, cheio de boa disposição e alegria, mas...com aquele pormenor de ter as tais lombas. Resultado; um raio partido após a prova. Não é coisa pouca, mas pelo desnecessário, custava alguma coisa tirar as lombas e voltar a pô-las no lugar após a prova? No meu caso foi "apenas" uma roda! É o que fazem aqui em Esposende, aquando da realização de eventos de ciclismo. Pelo que me parece é apenas um pormenor que pode fazer a diferença para o excelente, mas essencialmente a prova de que se respeita os atletas tanto quanto o material que usam.

Companheiros, quase que se me tomba a cabeça no teclado. Quero ainda agradecer as simpatiquíssimas palavras aqui deixadas pelos companheiros no último post. Obrigado.

Imagens em breve. Abraços triatléticos.