Este fim de semana a agenda apontava, já há bastante tempo, para a minha participação neste evento. Paralelamente, havia um outro, ao qual tenho "fugido", de forma involuntária, e que é muito engraçado, porque tem algo a ver com multiatividades em sequência, como o triatlo, especialmente. Trata-se de uma prova que já vai na 3ª edição, penso eu, e que consiste em cumprir três percursos seguidos, de três modalidades diferentes e por esta ordem: 20 kms de btt + não sei quantos de canoagem (penso que 3 kms) + 5 kms de corrida. É atrativo, mas a simultaneidade com o evento de ciclismo fez-me optar pelo primeiro. Ainda não sei se fiz bem ou se fiz mal.
A prova de ciclismo deste ano não comportava a dificuldade que a marcou no ano transato; escalar a tal subida da Junceda, cujo grau de dificuldade é elevadíssimo, acima de tudo pela extensão da mesma e pela alternância das pendentes. Mas, pronto! Este ano essa cruz não teve de ser levada. Houve outra, a subida de acesso ao Campo Gerêss, a seguir a Terras de Bouro, já minha conhecida porque de tempos a tempos faço um treino longo de ciclismo que me leva para aquelas paragens. A prova deste ano também tinha outra carateristica, menos positiva, que era o facto de não haver transporte de retorno. Quer dizer, teria de fazer mais cerca de 70 kms para regressar a casa.
O dia estava bastante fresco, mas antes assim porque na véspera havia chuviscado e se assim se mantivesse seria uma manhã chata, essencialmente devido a duas coisas: o frio durante a parte de andamento condicionado e o piso, escorregadio, possibilitando quedas nada aconselháveis. Mas, não chuviscou. A partida deu-se já tardia relativamente ao previsto, cerca de meia-hora. Isto porque o pessoal teima em não ser pontual e sendo um evento popular, pago, o Zeferino-organizador teria de saber suportar as pressões críticas se mantivesse a intransigência de uma partida "na hora". Assim, e porque a aragem aconselhava, fiz um aquecimento de 10 kms, às voltas num parque de estacionamento que se encontrava às moscas.
A distância anunciada não falhou, pouco mais de 81 kms. Os batedores da BT fizeram um trabalho impecável, mantendo a estrada livre para passarmos. Durante a fase de roda controlada, os habituais aromas a borracha queimada e acelerações, provocadas acima de tudo pelo aparecimento de obstáculos, leia-se carros, que esperam pela nossa passagem e encurtam a estrada momentaneamente.
O pelotão era numeroso, mais de 300 ciclistas, e conseguiu seguir compacto até um pouco mais à frente de Prado, onde e ainda antes do previsto, começaram as hostilidades. Não ía mal colocado, mas ainda assim só me apercebi da alteração do andamento um pouco depois. O que poderá custar caro para quem pretende seguir no pelotão, como era o meu caso. Basta perder a roda e...E perdi. Andei ali no elástico, com imensa gente. A cadência era forte e não estava fácil seguir conforme o previsto. Mesmo considerando que no dia anterior havia corrido quase 18 kms e portanto seguido à risca a ideia de que esta era mais uma fase da minha preparação, não um fim em si mesmo. E descolei. Segui com outros "descolantes", mas nunca desistimos porque o pelotão ou as suas traseiras estavam mesmo ali, só faltava mesmo esticar o braço. Esticámos e conseguimos recolocar. Seria até à próxima pendente, claro. Os grupos foram-se formando em função dos diferentes andamentos e aproximava-se a parte realmente dura; a subida de acesso ao Campo Gerês, logo a seguir a Terras de Bouro. E aí, meus amigos, comecei a deixar muita gente para trás e a alcançar outra, porque eu tenho uma caraterística própria; fraquejo ao primeiro impacto mas quando a coisa dura recupero, recupero, recupero...e lá fui de recuperação em recuperação. Após a subida juntámo-nos uns quantos e procurei seguir naquele grupo até à meta. Cedi a páginas tantas e mesmo em cima da meta acabei por ser ultrapassado por alguém que eu andava a marcar, fruto de experiências de outras participações, e que tinha passado na dureza da subida maior. O peso dos 18 kms do dia anterior e de uma semana muito pesada em termos de volume não me permitiu melhor. Mas, fiquei contente, no final.
O regresso, enfim; foi vir na minha própria roda. Quando em Barcelos, já a apenas 15 kms de casa, liga-me a mulher (fantástica) a dizer-me que ía a caminho buscar-me. Foi bom, mesmo sabendo que o tempo que estive à sua espera teria dado para chegar a casa.
No final, a certeza de que ainda não tenho o problema da planta do pé resolvido faz-me pensar se outros voos serão possíveis sem resolver isto. Não me refiro aos longos, mas a outros voos para distâncias mais... largas. A ver vamos.
Sobre a organização, apenas dizer que o melhor, aquilo que faria muito bem a muita e boa gente, era fazer umas reciclagens ou formações na Galiza, por exemplo, para terem uma ideia de como se organiza eventos com qualidade. E mais não digo.
Agora, vou entrar em "self-férias desportivas". Entretanto, é possível que lá para Setembro ou Outubro tenha uma grande, enorme, novidade para vos contar.
Companheiros, abraços triatléticos e até breve.
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