Caminho Francês de Santiago: Dia 0 Part II

21/07/11



Inicío esta minha viagem (ou direi nossa?) com vários pensamentos súbitos que me assaltam o espírito enquanto percorro estarás e caminhos férreos, e pelo meio cruzo esses pensamentos com outros, mais de cariz societário ou cívico ou ambos, que me levam a percorrer outros estados, estes mais de âmbito filosófico, se queiserem.
E esses pensamentos primeiros encontram-se todos numa encruzilhada, o entroncamento dos porquês. Porquê esta aventura. Porquê agora, nesta idade. Porquê nesta altura do ano. Porquê esta despesa. Porquê isto e porque aquilo. E o porquê dos porquês.
O porquès desta aventura se`rá algo lógico em mim e por isso mesmo o mais fácil de responder. Sem dúvida que passandoa pente grosso o meu passado enquanto pessoa, sempre me vi destinado à busca da aventura. Esta será mais uma. O porquê de agora é circunstancial e nao terá nada de por aí além. É agora e pronto! Mas é agora porque me sinto acondicionado a isso, me sinto preparado a isso. Provavelmente, antes desta minha entrada na prática regular da atividade física consistente tal nao me passaria pela cabeça.
Pelo meio viajo por estes campos interiores do nosos País e revejo paisagens, cenários demais vistos, demais observados, campos maltratados, uns, abandonados,outros, fruto do desinteresse ou da crise das finanças, mas também do interesse ele também em crise. E penso como alguns pormenores vindos de gestos de cidadania poderiam mudar cenários, aqueles, paisagens,outrora vistos e que para nós perduram no nosso passado e no nosso presente, teimando em ensinar-nos que nao vale a pena, é mesmo assim. Será?
O porquê dos porquêsé o mais difícil de responder. Nao sei. Talvez  o tempo de estar mais comigo me faça sentir mais entregue a mim mesmo, sem as referênciais quotidianos, aquelas que nos guiam diáriamente, como se fossemos invisuais e automatizados nos deixamos levar por elas. Ou entao a demanda de Santiago e dos caminhos que levam todos os peregrinos até  ele acabe também por me invadir, levando-me a uma intrsopeçao inesperada, fazendo-me refletir sobre isto tudo.
Serao as formas de Deus, as que Ele tem para nos levar à descoberta de Si mesmo, descobrindo-nos a nós próprios...? Se assim for, Deus viverá em nós e esta uma prerrogatiova suficientemente forte para mim para acreditar na sua existência, porque também eu penso que  nós e Deus  somos todos  em si um só.

Até breve, companheiros.




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