Clássica Póvoa/Campo Gerês, Edição 2012!

17/07/12



Anunciada com 1643 metros de acumulado de subida,  mais quase outros tantos de descida, ao longo dos 92 kms, olhando para o perfil do percurso pode-se constatar que não era pêra doce. E não foi. Aquela subida para Covide é bastante desgastante acima de tudo pela distância. Curioso é que nunca subi por esta vertente. Sempre desci. Fiz sempre a ascensão pelo lado de Terras de Bouro, que continua a parecer-me mais difícil em termos de inclinação, mas esta quiçá será mais longa. Assim me pareceu.
Roda livre até Amares, práticamente, e a partir daí cada um foi à vida que pôde, porque eu bem queria continuar no grupo principal, mas tá quieto. Nunca consegui, acho que nunca o conseguirei. A verdade é que a partir de Amares, o percurso é muito carrocel, com pequenas subidas e descidas, mas bastante desgastante. Acho que consegui aguentar-me algum tempo ainda no pelotão, mas depois os ritmos de cada um são naturalmente seleccionados ao longo destes quilómetros, ainda bastantes, que antecedem a aproximação à tal de Covide.
Até Amares, roda controlada, a azáfama e boa disposição do costume. Muitos mijões pelo caminho, como eu, que também tive de aliviar, e por isso senti aquela coisa de ter de correr atrás do pelotão. É engraçado esta parte. Não é difícil, desde que o pelotão vá de bons humores. No caso, tinha mesmo de ir. E esta fase da corrida é muito boa para aprender a pedalar em grupo grande. A lição número um é de que é completamente proibido olhar para trás.
Abertas as hostilidades, lá me aguentei até onde deu. Antes, já muita gente tinha corrido para a frente do pelotão para não se deixar surpreender. Ainda assim, muitos ficaram surpreendidos. Com a descolagem, havia que encontrar um grupo jeitoso, para trabalharmos em conjunto (outra lição deste tipo de provas). Mas, estava difícil. Vi-me só. Entretanto, veio o maldito do paralelo!! Não há hipóteses. Fico sempre a coxear. Definitivamente, não me dou nada bem com este piso. Aparecem então uns companheiros, uns que alcanço, outros que se juntam e proponho-lhes alcançar um grupo que também tinha ficado para trás quando descolei. Mas, não trabalhamos bem. Por vezes, era alcançado por tipos cujo andamento era tão poderoso que ficava impressionado. E faziam-no como se ainda  gozassem connosco. "Ó pra mim? Tás a ver? É tão fácil!!" Tentava acompanhá-los mas não dava mesmo. 
A ascensão a Covide, passando por S. Bento de Porta Aberta, começou com os gajos todos do grupo, já seriamos vários, a ultrapassarem-me. É que esta coisa de não ter ritmo competitivo, por muito que se treine, é decisiva. Mas, eu sabia que deveria prosseguir no meu ritmozinho. E a verdade é que alcancei quase todos os que me ultrapassaram já próximo do fim e até à meta, porque a ascensão não acabava totalmente em Covide. Até Campo Gerês ainda há duas inclinações que "maçam mas mossam". 
E a acabar, um sprint final com o companheiro do momento, desta feita ganho aqui pelo je.
A sensação final foi de que preciso efectivamente de competir para melhorar. Mas, não senti o desfalecimento das outras duas edições, de que recordo a primeira, subida pela Junceda, que terá sido até hoje a mais complicada de todas. Relativamente ao ano passado, em que ascendemos por Terras de Bouro, acho até que a edição deste ano terá sido mais durinha.
Conclusão, a empreitada foi feita no tempo ligeiramente acima das três, cerca de mais 20' do que a organização previa para os primeiros. Ainda não saíram os tempos, mas ficarei desconsolado se tiver demorado mais que isso. Agruras de quem se mete nelas. 

A organização esteve muito bem, a comprovar que quando as coisas são bem pensadas, o povo adere, como foi o caso. Saliento novamente o público que, nota-se, gosta de ver os ciclistas a passar, sejam eles de que idade forem. Para o ano há mais.

Abraços triatléticos, companheiros.

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