(As fotos são do Mark Velhote)
Caros seguidores,
Hoje completei a minha segunda prova da época. Não corresponde em nada ao que estava planeado, mas os sucessivos adiamentos motivados pelos sucessivos problemas, que me hão-de acompanhar até que eu desça aos sete palmos de terra, assim me forçaram. Seja como for, foi mais uma incursão pelo BTT, desta feita em terras minhotas, bem pertinho de casa. Barcelos, pois então. Numa organização dos Amigos da Montanha, cuja actividade não se circunscreve à modalidade referida, antes pelo contrário, registou-se a presença de quase um milhar de apaixonados pelas duas rodas com carretos e pedaleiros. Ah! e avançados (convém não esquecer). E dentro destes (apaixonados), alguns são de topo, casos do João Benta e João Cabreira, ciclistas profissionais, hoje por hoje a braços com aqueles problemas de que padece com demasiada regularidade o ciclismo profissional.
E o dia foi especial. Por várias razões. A começar pela resposta positiva a um convite meu do Mark Velhote (ele irá escrever a sua versão deste Trilho dos Moinhos), que se atirou à tarefa de vencer o triatlo e pelo meio também quer vencer o BTT. A sua presença mudou muita coisa no meu estado de espírito e finalmente tive alguém com quem conversar ou divagar sobre várias coisas, entre elas a paixão maior, claro está. Ora, adivinhem lá qual. O pior foi que as coisas não correram tão bem ao Mark como seria suposto, tudo porque uma queda numa daquelas vertiginosas e perigosas descidas de que os trilhos de btt são pródigos., especialmente nas organizações do Minho (será influência galega?), fez-me sentir alguma responsabilidade. E a despeito do empréstimo da bicla, juro que não tive nada a ver com o assunto. A inexperiência redunda nestes azares e como é usual dizer, errar para aprender. Ainda bem que vim para Tábua, porque ou me engano muito ou amanhã teria a sua mulher à porta de casa a pedir-me satisfações..."oiça lá, já não tem idade para ter juízo em vez de convidar outros que o têm a perdê-lo?". Seria qualquer coisa no género. Um grande abraço, Mark. A outra razão especial foi a média que fiz na prova. Isto é, nunca, que eu me lembre, tinha chegado a 19 km/hra num evento médio/longo de btt. Normalmente, costumo fazer entre 17 e 18 kms/hra. Mas, hoje pude comprovar que de facto entrei no tal primeiro patamar de forma de que havia dado conta aqui há alguns dias atrás. E claro! fiquei muito contente. É que tendo começado praticamente no fim do pelotão, tive de dar às canetas nos primeiros quilómetros para passar toda aquela gente que à primeira dificuldade saca o rabo da bicla. É a experiência a falar. E bastou-me uma vez.
Às tantas já não passava ninguém, mantinha-me no grupo. Sinal que havia encontrado o meu lugar no pelotão, aqui e ali com trocas de posição motivadas pelos desencontrados momentos de recuperação fisiológica que diferentemente vamos sentindo ou, então, pelos erros técnicos que vamos cometendo. E neste entretanto reparo numa surpresa: encontro o meu grande rival no campeonato ...XCO de Vila do Conde, onde me inscrevi para este ano, repetindo assim a experiência de há dois anos. E disse grande rival porque no corrente ano tenho algumas expectativas, dado que mudei de escalão e como há dois anos andei ali a cheirar o terceiro lugar várias vezes, espero este ano pelo menos chegar lá uma vez. A primeira prova desse campeonato já era e eu fiquei agarrado à perna, em casa (e chovia que Deus-A-Dava). Vamos lá a ver se na próxima etapa.
A prova inseria-se no meu plano de preparação. Reparem; ontem havia nadado uma hora (trabalho técnico) e pedalado outra hora, já a acabar às 19 e muitas horas do dia. Portanto, hoje era mesmo para dar o litro tendo por horizonte a minha preparação para os longos e melhoria das minhas condicionantes físicas específicas e também do minha resiliência, espírito de sacrifício, por aí...
O percurso não foi difícil. Porém, não deixou de nos presentear com aquelas subidas de esticar a língua até ao chão. E as descidas insanes, onde se um dia destes tralho...não quero nem imaginar. O melhor é agarrar-me bem à fera e ser vigilante.
No total foram 40,8 kms (ciclómetro é que manda) em 2h09' (o meu relógio é que manda), mais três minutos no abastecimento.
Outra satisfação foi a organização, que esteve exemplar, quer na sinalização do percurso, quer no primeiro abastecimento, quer no fornecimento de água, quer na logística dos banhos e lavagem das biclas, quer na escolha do traçado, donde retiro aquele single-track ao longo das margens do Cávado, cujas imagens ainda guardo na caixa dos pirolitos. Um reparo apenas; no final, a organização poderia ter incluído uma pecinha de fruta, juntamente com a água que forneceram. Teria sabido muito bem.
Os treinos para os próximos dias aqui em Tábua estão programados: estrada, com transições para a fresa do terreno, piscina com transições para a poda das videiras e corte da erva, e voltar a correr (doucement), sem transições. E ainda planos de aula e planificações e unidades didácticas...O tempo vai ser tãooo curto!...
Companheiros, votos de muita diversão neste carnaval. Eu cá já tive a minha dose, como acabei de expôr.
Abraços triatléticos!
5 comentários:
Viva João,
Antes de mais obrigado pela companhia e hospitalidade com que me recebeste! Foi 5 estrelas!
Quanto à prova confesso que era areia a mais para a minha camioneta e abordei aquelas descidas com excesso de confiança! O tombo faz parte, mas acredita que fiquei com vontade de experimentar novamente , mas da próxima vez por caminhos mais suaves...eheh
Sei que para muitos aquilo era fácil (como é que é possível terminar um percurso destes em 1h30m???), mas é mesmo melhor ir por trilhos menos montanhosos.
Grande abraço
Mark
e com tanta conversa nem te dei os Parabéns pela tua prova!
Fantástica a tua média e a tua forma em cima das duas rodas!!
Se a corrida te deixar acho que te vamos ver muitas vezes em cima do pódio.
Eu lá estarei para te bater umas palmas!
Abraço
Mark
Grande Mark.
Foste corajoso. Pagaste um pouco caro alguma ousadia, mas também faz parte de quem tem menos experiência. Não contes com menos dificuldades numa próxima. Antes, prepara-te melhor e sê mais previdente na seguinte. Com o tempo vais-te apercebendo melhor do papel da técnica a descer, especialmente. E mantém-se o convite para o tal treino. Aí podemos trabalhar um pouco o descer e apreciar a beleza dos trilhos, claro.
E claro, obrigado pelas palavras. Agora, ando aflito para encontrar uma piscina para treinar nestes dois dias...não está fácil.
Forte abraço e até breve, companheiro.
De tudo o que li, saliento o seguinte: o prazer de fazer as provas e o entusiasmo no relato das mesmas.
Boa continuação e dois abraços; um para cada um de vós.
Viva, Pedro.
Raramente participo em eventos sem ser pelo prazer. Quando o fiz, ter-me-ei iludido ou decepcionado por alguma razão. Mas, a ideia é desfrutar, tão só. Daí o entusiasmo. :))
Conto contigo um dia cá em cima para um tour por estas bandas, como já falámos, aliás.
Outro abraço, companheiro.
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