Pois bem! O triatlo de Coimbra deu à tona a imagem do triatlo dos tempos que correm, quer a nível internacional, quer a nível nacional. O que eu quero dizer é que anda tudo louco...louca a exigência que fazem para si da preparação para as provas, já testemunhada também em outros generosos e muito bem conseguidos espaços da blogosfera. Como, mas como interpretar, a não ser por aquela razão, que dois escalões tenham sido decididos por um...pintelho? Refiro-me claro está ao escalão V2 e V3, ambos em masculinos. Também assim deve ter sido decidido quem ficou em 2º e em 3º, no escalão V1. E já que me refiro a este escalão, como conceber que por apenas 3'' ou 2'' (porque há ali umas diferenças entre o tempo geral e o tempo da classificação por escalão) se tenha decidido o 3º L? também em masculino. Bom, é adrenalínico, no mínimo. Isto anda ao rubro. Desde que cheguei à modalidade, nunca se viu. Agora vou escrever algo que espero não seja mal interpretado, mas considerando o que vou sabendo por aí ao nível das provas de BTT, tudo será possível; companheiros, POR FAVOR!! usem apenas o treino e as metodologias que entenderem, aprendendo com elas, com as experiências que elas proporcionam, e nada mais do que isso. É que naquela modalidade (ciclismo incluído) e por causa dos tempos!!! sim, dos tempos que se quer ver reduzidos até ao osso, como se atletas de alta competição, com todas as condições que esquecem ser necessárias para os desideratos que os dignos desse estatuto têm, usa-se tudo, por vezes pisando o risco, ultrapassando-o mesmo, arriscando a própria saúde e a saúde daqueles que os amam por sabê-los positivos e empenhados em algo que se tornou, às tantas, o elixir de uma ilusão. Diria mesmo duma espécie de esquizofrenia. Passemos à frente.
Sobre os tais, os genuínos, aqueles que nos dão esperança de fazer prevalecer por esse mundo a alma lusa nas competições onde entrem, a exemplo do que tem acontecido ultimamente com outras modalidades, dando claramente uma bofetada de luva da cor da pureza, devolvendo-nos o orgulho que, vamos pegar o touro pelos cornos ou, também gosto muito desta, neste caso, chamar os bois pelos nomes, os políticos nos têm, desavergonhadamente e sem pudor, tirado, a vitória do Ruben Costa foi categórica (25'' de diferença), sem ser esmagadora. Tal como gostei muito de ver o Miguel Fernandes (uma simpatia de rapaz, este moço) e o João Serrano fecharem o pódio. Depois, é o desfilar da juventude, essa que poderá com a sua energia voltar a dar a Portugal a dignidade perdida. Eu diria antes roubada, claramente. Noto a presença de 4 cadetes no top 20, sendo que o Pedro Afonso Gaspar alcançou a brilhante 12ª posição na tabela absoluta. E é sempre um prazer ter a presença do Pedro Gomes nas competições mais humildes, como esta de Coimbra, mesmo que no 10º posto. Até nisto és grande, Pedro.
No sector feminino, a esperada vitória da Anaiz Moniz, com uma diferença assinalável para a concorrência. Destaco aqui o tempo alcançado no segmento de natação. Ãh? 9'36''!!! Ai quem me dera. Teria de voltar a nascer. Também no feminino o futuro está nas cadetes: 8 no top 20, sendo que o 2ºL foi da Melanie Santos, que se vai confirmando como um valor em ascensão. Oxalá não sejam queimadas as etapas da evolução desta gente. E 46 atletas a finalizar. Assim dá gosto. Muito bom. Cada vez mais gosto desta modalidade.
Voltando ao masculino, verifiquei que houve pouca participação no escalão V4, a despeito do brilhante resultado alcançado pelo Fernando Feijão. No meu escalão confesso-vos uma coisa: até roo as unhas com tanta enervação cá de dentro. Era claramente candidato ao 3º posto. E que giro seria fazer companhia ao excelente V3 que é o António Moura, companheiro de clube. Deixou-me também particularmente satisfeito o lugar alcançado (3º) pelo amigo e companheiro Paulo Leitão Santos, do Peniche e em V2.
Por equipas, o meu Fonte Grada baixou umas posições relativamente a Alpiarça, mas isto é mesmo assim. Também não lhes valeria de muito, eu, quero dizer. Mas, esteve digno e entusiástico e cheio do bom espírito. Isso é ouro.
No aquatlo de ontem, afinal sempre estiveram presentes mais do que os esperados atletas. E lá está, Miguel Fernandes Campeão Nacional Individual de Aquatlo. Com uma natação de fazer inveja, pois claro. E em senhoras, ou direi meninas com aspirações a senhoras, a Melanie Santos, ainda cadete, note-se. Parabéns, atletas, parabéns. No meu escalão, lá está...um único participante. o José Maçarria, inquestionável Campeão Nacional em V3, e eu não estando de fora era novamente sério candidato...ao lugar. Se a minha avó não tivesse nascido...(continuo a roer estas unhas com uma gana do caraças). Mas, também é verdade que no domingo iria ficar imensamente dividido entre o Extreme do Luso-Galaico e este Campeonato Nacional de Aquatlo.
Bom, eu já reparei que as consultas ao blogue dispararam este domingo. Querem saber novidades sobre a minha Extremely experience on the event! Meus caros seguidores, tenho tanta coisa para vos contar que vou ter de adiar para amanhã (estou cansado e...já viram bem a hora?). Direi apenas que estou bem graças a Deus, mas tive muita sorte hoje. Desportivamente correu benzinho, mas o mesmo já não posso dizer noutras áreas. Duma coisa posso garantir-vos; estou com a auto-estima em alta. Deixo-vos em suspense, portanto.
Uma nota final para me curvar perante os estimulantes e inspiradores Miguel Arraiolos e Lino Barruncho cujos resultados no europeu de Duatlo nos enchem, lá está, de orgulho nacional.
Abraços triatléticos, companheiros (tenho tantas saudades da tribo!!!!)
3 comentários:
O nivel está mesmo muito alto, este ano a principal diferença nos sprints é a entrada de mais Cadetes e Juniores, nos lugares cimeiros da classificação.
Em relação ao teu primeiro parágrafo, uma coisa que era habitual nas provas de Triatlo era o controlo anti-doping, espero que se mantenha de forma a manter os batoteiros fora da modalidade.
No entanto João uma coisa que acontece muitas vezes é pessoal que treina pouco e leva uma vida menos regrada, quando fica aquém dos resultados que pretende, acusa os outros de métodos ilicitos, é a forma mais fácil de justificar o não conseguir atingir os resultados a que se propõem.
A rotina diária, de treino, alimentação e horários cumpridos com o tempo dá resultados maravilhosos, mas temos de abdicar de outros pequenos prazeres é tudo uma questão de escolha e empenho.
Na nossa modalidade principalmente nas provas longas o treino, metódico e consistente ao longo do tempo pode fazer-nos evoluir muito, como atleta do pelotão, sem dotes excepcionais, acredito no meu trabalho e cada vez mais, tento dar o meu melhor se for suficiente para ficar mais à frente tanto melhor, caso contrário é sinal que os outros ainda foram mais empenhados que eu.
Boas,
Relativamente à primeira parte deste teu post, eu estou certo e seguro que a nossa modalidade é limpa. Em nenhuma outra nos cruzamos tantas vezes, em tantos sítios, com malta a treinar que nem uns desalmados.
Julgo que as principais características dos triatletas são mesmo o adorar treinar - para além de competir e o respeito por todos os adversários.
Eu fui um dos envolvidos na tal disputa dos 3" entre o segundo, o terceiro e o quarto V1. Estou certo que só fiquei em quarto porque os outros foram melhores do que eu.
E isso foi um estímulo para que no dia seguinte, no domingo estivesse a pedalar outra vez. :-D
Abraços,
FC
sinceramente..., tambem não me parece que exista tal coisa no triatlo, simplesmente porque não há €€€(muitos) em jogo, e não há cultura disso! infelizmente o mesmo não se passa no ciclismo, onde falar de "ajuda artificial" faz parte da cultura do próprio desporto..., basta falar com miudos de 18 aninhos, ou andas ou ficas de fora :-(
o triatlo??? ainda vive um ambiente muito familiar,a tribo é pequena, todos se conhecem , todos se apoiam, todos convivem, mas é claro que a competitividade está a aumentar..., porque o próprio nivel do triatlo está a aumentar!!!
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