Hoje o mundo do desporto, e em especial o do ciclismo, foi sobressaltado com a notícia da retirada dos títulos alcançados pelo até ontem maior ciclista de todos os tempos, donde sobressaem indiscutivelmente os sete!!! triunfos consecutivos na Volta a França, palco maior do ciclismo mundial. Mais que a consequência da sua compulsiva retirada das competições de ciclismo.
Para mim, que sempre admirei Lance Armstrong, como qualquer amante do desporto por certo terá admirado, não deixo de pensar no atleta como um dos maiores solistas da modalidade. Não senhor. Mesmo com substâncias ou não, ele foi sempre um bravo, um perfeccionista, um modelo de competitividade, de garra, luta, vontade de vencer. Porventura, terá sido esta vontade incrível de vencer que o terá feito esquecer que para ganhar não pode valer tudo. Não pode, Lance. Lamento, mas não pode.
O que realmente me decepcionou em Lance foi não ter ido até ao fim. Como ele demonstrou com a doença que o surpreendeu e que venceu como o enormíssimo guerreiro a que nos habituou, vencedor. Essa capacidade de luta não a demonstrou agora. E quando é afirmado pelo próprio que pretendeu defender a sua família, questiono-me se ela de facto ficou defendida com esta atitude de renúncia ao esclarecimento da verdade. A ideia que o grande campeão dá é da sua subjugação aos factos ou da sua interpretação. A realidade é que Lance tem sido sucessivamente perseguido pela suspeita, acompanhada esta por dados e/ou evidências indirectas ou testemunhos de ex colegas seus. Relembro aqui a sua proibição na participação em provas de triatlo, precisamente pelos mesmos argumentos que agora o levaram a ser banido do ciclismo de competição.
Há uma pergunta cuja resposta me parece óbvia: alguém que esteja seguro da sua idoneidade admite perder o maior currículo de sempre do ciclismo mundial a troco da defesa da família por consecutiva suspeição? E quando Lance atira a toalha ao tapete, só pode mesmo permitir que o presidente da AMA conclua aquilo que é permitido concluir; Armstrong encetou a sua mais difícil fuga no ciclismo porque atrás de si correrá a suspeição, sem meta à vista.
A questão do doping é um pouco como aquela questão dos impostos; toda a gente diz que não foge ao fisco, mas de todos aqueles que o fazem, desses só há conhecimento quando são detectados, com todas as consequências que daí decorrem para os demais.
Na vida, como no desporto, o que custa muito, mas muito mesmo é quando descobrimos que afinal foi feita batota. É das piores afrontas à ética do desporto.
Lembrei-me agora que há um certo cidadão português, refugiado em Inglaterra, que reclama inocência e que para a defender encetou o mesmo tipo de corrida. Há alguém que acredite nele?
Abraços, companheiros.
5 comentários:
João, subscrevo este texto. Ainda hoje escrevi opinião idêntica. Não faz sentido que justifique a sua opção com a família, para a proteger de mais um processo penoso, quando a própria família terá sido a mais sacrificada em todos os anos em que andou a lutar por títulos. Não acredito que a família não fosse a primeira a dizer para ele defender a sua honra e o seu nome.
Infelizmente esta decisão indica o óbvio, que custa a aceitar pela maioria: Lance preferiu fugir ao julagemnto, onde seria certamente condenado e refugiou-se na dúvida e na incerteza dos restantes poderem acreditar, ou não, na sua palavra.
Com isto, o ciclismo está cada vez mais ferido de morte.
Luis Santos
Ma Ke Jeto, Mosso on Sports
Olá João. Permi-te descordar contigo. ou melhor: ter outro entendimento das coisas. Para mim a questão não é se ele se dopou ou não ou se isso é batota ou não. Parto dos seguintes principios:
1 - Sou totalmente contra o doping por isso é batota e merece ser punido. Ele ou seja quem for, perante as regras que estão em vigor.
2 - Se ele se dopou ou não? Não sei, mas posso admitir ambas as hipóteses. O que não posso admitir é que sem provas nenhumas, sem controlo nenhum positivo ele seja perseguido desta maneira.
Um coisa é quando lutamos contra algo que sabemos que podemos vencer e que depende muito da nossa força e perseverança ultrapassar esse obstáculo. Outra coisa é saber que por mais que se faça as coisas nunca vão acabar.
Por mais que o Lance provasse (ou não se provasse) que ele de dopou iriam exister para sempre uns cobardes que sentados á suas secretárias iria persegui-lo.
Ele até se pode ter dopado mas tenho 3 certezas que para mim ultrapassam esse possivel facto:
1 - lutou contra um doença de uma forma muito pouco usual quado lhe deram 15% de possibilidade de sobreviver. DEpois disso ganhou 7 tours.
2 - tomando ou não alguma coisa sempre foi um atleta de eleição desde os seus 15 anos de idade aonde começou a ganhar no triatlo. (Se calhar ai já se dopava com grandes esquemas pelo meio...please....)
3 - Foi perseguido por algo que não se provou e por razões que eu sinceramente desconheço.
Vi muita gente defender o contador por ser uma quantidade infima que lhe encontraram no sangue de uma coisa qualquer. Ao Lance nunca encontraram nada. A justiça tem de ser para todos e não para alguns.
Viva ao Lance.
Olá João. Permi-te descordar contigo. ou melhor: ter outro entendimento das coisas. Para mim a questão não é se ele se dopou ou não ou se isso é batota ou não. Parto dos seguintes principios:
1 - Sou totalmente contra o doping por isso é batota e merece ser punido. Ele ou seja quem for, perante as regras que estão em vigor.
2 - Se ele se dopou ou não? Não sei, mas posso admitir ambas as hipóteses. O que não posso admitir é que sem provas nenhumas, sem controlo nenhum positivo ele seja perseguido desta maneira.
Um coisa é quando lutamos contra algo que sabemos que podemos vencer e que depende muito da nossa força e perseverança ultrapassar esse obstáculo. Outra coisa é saber que por mais que se faça as coisas nunca vão acabar.
Por mais que o Lance provasse (ou não se provasse) que ele de dopou iriam exister para sempre uns cobardes que sentados á suas secretárias iria persegui-lo.
Ele até se pode ter dopado mas tenho 3 certezas que para mim ultrapassam esse possivel facto:
1 - lutou contra um doença de uma forma muito pouco usual quado lhe deram 15% de possibilidade de sobreviver. DEpois disso ganhou 7 tours.
2 - tomando ou não alguma coisa sempre foi um atleta de eleição desde os seus 15 anos de idade aonde começou a ganhar no triatlo. (Se calhar ai já se dopava com grandes esquemas pelo meio...please....)
3 - Foi perseguido por algo que não se provou e por razões que eu sinceramente desconheço.
Vi muita gente defender o contador por ser uma quantidade infima que lhe encontraram no sangue de uma coisa qualquer. Ao Lance nunca encontraram nada. A justiça tem de ser para todos e não para alguns.
Viva ao Lance.
Pedro, um reparo: segundo as notícias vindas a público, há provas consistentes com a prática de doping. Mas, apesar da sua desistência, acredita que este assunto ainda irá ter muitos e novos episódios. Vai uma aposta? Abraço, companheiro.
Correndo o risco de omitir opinião não conhecendo todos os factos, existem algumas coisas que me cheiram mal.
1º Abrir um precedente de punir alguém que nunca acusou positivo em centenas de testes efectuados.
2º A USADA não tem autoridade para retirar titulos a quem quer que seja.
3º Um Campeão nunca desiste porque acredita que vai ganhar, neste processo viciado à partida de caça às bruxas a sentença já estava dada independentemente da culpa e das provas apresentadas, para mim é o mesmo que acreditar na justiça Norte Coreana.
João tu que jogaste futebol, sabes bem que quando os arbitros querem ter mais protagonismo que os jogadores as moscas aparecem.
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