A noite já vai longa, mas a adrenalina ainda aqui anda. Depois de uma jantarada em casa de familiares e muitas aberturas da cavidade bocal, meio disfarçadas, umas, descaradas e sem vergonha, outras, resolvo escrever para ver se isto acalma um pouco. Na verdade, as emoções soltaram-se neste meu regresso às competições triatléticas e naturalmente a excitação só pode desaparecer após algum tempo. Portanto, vamos lá aproveitar o tempo e fazer algo de útil com ele.
Hoje não irei dissertar sobre os vencedores das provas, antes sim centrar as atenções em mim e reportar o que de bom e menos bom senti neste meu regresso. Assim, arrisco-me a proferir menos disparates.
Não poderia estar melhor tempo para a prática da modalidade; excelente temperatura, vento nada incomodativo e água do mar tipo piscina. A decisão de almoçar na bela e histórica e turística cidade de Peniche terá sido uma ideia muito bem acertada. O peixe convidava a um repasto de se lhe tirar o chapéu e entre tantas dúvidas, optei pelo salmão. A esposa pelo peixe espada. Em ambos os casos excelentes decisões. Rapidamente nos apercebemos de que há certamente acerto nos preços entre os comerciantes do metiê. Logo, aqui ou ali terá sido uma questão aleatória.
A ideia era almoçar cedo, dar uma voltinha revendo os lugares de outrora e sentir o ambiente para à hora da abertura do parque de transição colocar lá a tralha. Porém, o calor não convidava a expôr os materiais tanto tempo ao sol, de modos que adiei mais lá para a frente, no momento em que decorria já o aquatlo previsto.
E o inevitável aconteceu. Rever "velhas" caras, os cumprimentos da ordem, mais a boa disposição que impera cada vez mais e melhor nos entretantos do triatlo é algo que dificilmente se encontrará noutra modalidade. Esta é uma mais valia, até porque quem vem chegando ao "meio", como eu, está "obrigado" a ser assim, companheiro do próximo. É fantástico. Como especial foi finalmente! dar aquele abraço ao David Caldeirão, esse campeão de fora para dentro e de dentro para fora. Como especial foi rever novamente todos aqueles protagonistas do povo do triatlo que vão incutindo a todos o espírito da modalidade. Não irei destacar nomes, até porque eles sabem muito bem quem são. Mas, ainda há outro destaque que tenho de fazer; é que pela primeira vez este ano me juntei à minha nova família (mais uma) - O Fonte Grada. Que delícia estar com estes "jovens" todos, cujo sentir saudável se transpira por todos os poros imagináveis de cada um. Fui recebido de braços abertos e só desejo poder retribuir com a minha presença nos eventos vindouros que estão para aí agendados.
Quando olhei para as primeiras boias, talvez fruto do afastamento temporário da modalidade, achei que estariam muito próximas. Comentei com a minha mulher que assim sendo iria "voar". Na realidade, estavam a marcar o percurso o aquatlo, santa ingenuidade, cuja distância se cifrava pela metade, isto é, 300 mtrs. Era bom, era, mas não era a mesma coisa. Quando me preparei para a partida, já as bóias estavam no lugar devido, tive a sensação de que estaria no lugar errado da partida. Iria ser muita confusão e não queria andar à batatada logo na minha primeira prova da época. Assim, resvalei para o lado das senhoras, onde já se encontravam outras "boinas vermelhas". Seriam alguns segundos apenas, mas bastaria um pontapé para transformar uma tarde em cheio numa tarde decepcionante. Não estava disponível para abdicar da alegria que me contagiava. O segmento de natação decorreu ao meu melhor nível, exatamente como o de Gaia no ano passado. Senti que havia muita gente à minha volta e isso seria bom sinal. A transição para o ciclismo, estreando pela primeira vez sapatos específicos e deixando para trás os encaixes de btt (já era tempo, eu sei) não decorreu como o esperado, antes de acordo com a falta de treino para o efeito. Demorei um bom bocado a encaixar tudo no sítio certo e lá se foram algumas metades de minuto ganhas na água.
O ciclismo não foi difícil, nem fácil. Tinha zonas rápidas, tinha zonas mais lentas, mas cujos andamentos não sofria grandes amplitudes de ritmo, nem grandes desmultiplicações. Ainda tentei acompanhar alguns colegas de clube que entretanto me alcançaram, mas acabei por lhes perder a roda. Juntei-me a outros. Um deles, um companheiro do Sporting da Golegã, que foi muito simpático na entreajuda. Os dois acabámos por alcançar um Praças da Armada que nos tinha fugido, o Vasco Soares. Já próximo do final, éramos um grupo interessante, logo na altura em que o segmento iria terminar. Talvez nos juntemos num Olímpico. Aproximação à zona de transição e desta feita as coisas correm melhor com os sapatos.
E agora a dificuldade maior, aquela parte em que eu tenho carregado a cruz que me faz dobrar a espinha amiúde. A corrida foi sofrida, já o esperava, especialmente no início. Os companheiros de ciclismo foram-se todos, menos o da Golegã, penso. Claro que vi passar o Manuel Gonçalves sem qualquer possibilidade de resposta. E mais o Mário Sousa, ambos do meu escalão, mas que fazer? Isto não dava para mais. A última volta foi mais rápida, queria acabar. Ainda tentei evitar que um companheiro em especial me ultrapassasse já próximo da meta, mas não tinha capacidade de aceleração. Muito bom estava a ser, pensava. E de facto assim foi. O tempo final de 1:14:47 terá sido o meu melhor tempo de sempre em provas sprint. Não tenho muitas, também é verdade, mas superei o registo de Gaia que se constituía até aqui como a melhor referência., mesmo atendendo a que cada prova tem as suas carateristicas. Agora, já posso dizer que estive no evento triatlético mais antigo de Portugal e que finalmente participei no Campeonato Nacional de Grupos de Idade.
Não voltarei para participar em Oeiras. A crise não o permite. Estarei, isso sim, em Pontevedra, para orgulhosamente envergar as cores do nosso País. Assim os gémeos se continuem a portar como ultimamente.
Ah! Os meus parabéns ao António Raposo que venceu o meu escalão com imensa categoria. Concluo que se ...eu não teria nascido.
Hoje, tenho de abalar cedo para poder ir votar e com isso dar um valente pontapé eleitoral em quem vocês sabem.
Amigos, companheiros, familiares...abraços triatléticos e até breve.
7 comentários:
Oi amigo. Acresdita que percebo perfeitamente essa tua emoção- É realmente um mundo á parte este do tri. Muitos parabens pelo teu regresso. La estaremos em Pontevedra.
Boas João...
Faço questão de te deixar aqui um abraço e felicitar a alegria do regresso a uma prova de triatlo.
Espero que com menos lesões daqui para a frente.
Tb espero encontrar-te em Aveiro.
Abraço,
Rui
Parabéns pelo regresso João, agora é treinar para aproveitar a oportunidade magnifica de vestir as cores nacionais na Galiza.
JC,
À parte o desempenho, foi bom ver-te feliz por teres regressado às provas e ao convívio.
Um abraço.
Parabéns João! O triatlo já estava à espera deste atleta/bloggista ;D
Abraço!
quer dizer que foi um grande dia de EMOÇÕES!!! assim vale a pena... :-)
forte abraço,
em Pontevedra, lá estaremos para beber o tal CaféSolo :-P
Parabéns pelo regresso aos encontros da "família", e logo com um bom desempenho.
Um abraço!
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