Duatlo de Arronches - A minha análise.

27/02/10



(Fonte: FTP)

Num dia marcado pelo mau tempo em todo o País, deve ter sido com muita adversidade que os duzentos e seis atletas concluíram a prova correpondente à I Etapa da Taça de Portugal da FTP. A previsão do tempo confirmou os temores maiores; chuva e vento a soprar forte a muito forte. Por isso, acredito que especialmente os tempos conseguidos no segmento de ciclismo tenham sido afectados por aquelas condições (a média dos primeiros classificados rondou os 34 km/h).
Eu não conheço o traçado da prova. No ano transacto também não participei, pelos mesmos motivos que não participei no presente ano, e por isso a minha análise tem esse senão, de ignorar a realidade da coisa. Por isso, todas as considerações serão condicionadas à análise dos resultados, em comparação com as prestações na última prova e atendendo às evoluções nos registos, considerando que a prova das Lezirias e esta de Arronches são provas distintas.
Em termos gerais, registo o regresso às competições da Taça do homem mais sonante do panorama Nacional - Bruno Pais. E como já havia referido apropósito do Duatlo das Lezirias, há claramente uma mudança na estratégia de preparação para esta época; o Bruno não perdeu uma prova Nacional na época 2009 e este 4º lugar alcançado denota claramente atraso na preparação. Consciente, direi. Também quero deixar uma palavra para o Pedro Gomes, hoje mais no seu terreno, se compararmos com a prova de Vila Franca de Xira. Estas não são as suas distâncias, o Pedro é um homem que sonha em grande e ambiciona na mesma dimensão, e tem razões para isso pois a sua entrega e dedicação à preparação dos Longos, especialmente, têm-no feito sorrir, a ele e a nós. É sempre um privilégio ter os melhores atletas como parceiros de competição nas provas da Taça de Portugal. Das ausências, registo a  do João Pereira... a braços com algum problema ou será a pensar noutros vôos?
É evidente que os aplausos mais fortes vão para o Sérgio Silva. Grande vitória, concerteza num sprint emocionante. Confirma-se o grande início de época do João Silva, a dois segundinhos do lugar maior do pódio, e ainda o excelente 3º do Lino Barruncho, também com um muito bom início de época, na sua especialidade, a dizer que está vivo para quem o quiser ouvir. Há dois nomes grandes que me parecem ainda a procurar o seu melhor: o José Estrangeiro e o Vasco Pessoa. No ano passado habituei-me a vê-los nos lugares cimeiros, senão a ganhar pelo menos nos pódios, e este ano a mudança de clube parece ter obrigado a adaptações que precisam de algum tempo para serem ultrapassadas.
Da prestação do meu clube, Praças da Armada, realço a performance do Jorge Duarte, grande tempo e grande prova (a pouco mais de 4' do 1º). O Teixeira  não esteve mal, fez uma boa prova, mas, atendendo a que a sua especialidade é a estrada, parece-me que o mau tempo lhe deve ter feito algumas mossas na "carroçaria", pois esteve um pouquinho abaixo do que fez nas Lezirias. Há dias assim.
No meu escalão, registo a entrada em cena do grande craque do Oeiras Sport Clube - Carlos Gomes. Nota-se que ainda não está no seu melhor (também não o deseja, creio), mas cuidado, porque este V2 pulveriza a concorrência toda. Toda? Não, há aí um Senhor que responde pelo nome de Horta que rivaliza, e de que maneira, com ele. Seria interessante vê-los mais vezes no ombro a ombro. Ainda no escalão de V2, nota-se a subida na classificação do meu colega, destas vidas e de profissão, Paulo Renato (Leitão Santos), claramente no lugar que foi seu (em termos classificativos) na época finda. Acho que nunca te chegarei próximo, Paulo. Assim como o Renato Fidalgo, também a subir degrau a degrau a escadaria da forma. Muito bem! 
Uma palavra de destaque para um Atleta enorme; falo do Senhor Fernando Feijão, V4, que fez uma prova extraordinária. O tempo alcançado serviu-lhe não só para ganhar o seu escalão, também para ficar à frente do melhor V3 e, se compararmos com o escalão V2, apenas atrás do seu vencedor. Isto é, só batido por um atleta considerando apenas os dois escalões abaixo e o próprio. Impressionante!
Os meus amigos estiveram bem; o Victor Garcês (V3) fez uma prova certinha, a avaliar pelo tempo final. Faltam os tempos dos primeiros segmentos, mas analisando o registo do 3º, foi um segmento ao nível das Lezirias. É bom não estar em plena forma neste momento, meu amigo. O Paulinho e o "seu" Jorge cumpriram muito bem e estas participações permitem ganhar o calo que não foi ganho no ano transacto. Por isso, há que continuar. Claro que competir em bicicleta de estrada é muito diferente do TT e há que assimilar essas diferenças para se poder evoluir.

Acima de tudo, esta prova demonstrou que os triatletas não se deixam vencer por uma qualquer adversidade meteorológica e provaram, uma vez mais, a sua dedicação à modalidade. Também por este facto estão de parabéns.

Forte abraço!



Start List 1ª Etapa da Taça de Portugal (Estrada), Duatlo de Arronches. E ainda a previsão do tempo.

26/02/10



A Federação de Triatlo de Portugal publicou a lista de participantes à partida para a 1ª Etapa da Taça de Portugal. São 244 os inscritos para o primeiro Duatlo Nacional de estrada. Há muitos nomes sonantes do panorama Nacional, mas registo a ausência de alguns dos protagonistas maiores da época 2009, como por exemplo Bruno Pais e João Pereira.

Ver Lista de Participantes
(Fonte: FTP)

A previsão do tempo para a hora da prova indica que o vento vai estar presente e em força, e probabilidade de  chuva.

Ver previsão do tempo para a hora da prova
(Fonte: AccuWeather)

Renovo votos de Boa Prova.


Previsão do Tempo para Arronches

24/02/10



Previsão das condições meteorológicas para a data de realização da prova. Se desejarem conhecer a previsão hora a hora, cliquem no dia pretendido e depois em "Hour By Hour Forecast".  Parece que o tempo vai ajudar (pelo menos não há previsão de chuva). A minha experiência diz-me que esta previsão meteorológica é muito fiel, reconhecendo que não há nenhuma que garanta fiabilidade total.

Boa prova e bom regresso a casa.


Para aceder à previsão clica aqui


Factores de Crescimento!

21/02/10




Como referi no post anterior, pretendo dedicar-me, hoje, aos factores de crescimento e à sua profícua utilização para o debelar de lesões, cuja técnica é recente e da qual beneficiei muito recentemente. Vou começar pelo princípio.
Na época passada fiquei impedido de participar em grande parte das provas de triatlo e duatlo, devido à persistente queixa que tinha no meu gémeo direito, mais concretamente, no terço médio interior do músculo. A lesão impedia-me apenas de correr, já que entretanto, sempre fui pedalando e nadando. Era no preciso momento da acção muscular de impulsão do corpo para a frente que sentia uma dor terrível.
Depois de desistir do recurso à cura doméstica, primeiro, e esgotado o recurso à fisioterapia depois (que ainda assim me permitiu competir durante todo o mês de Julho), recorri a um ortopedista meu conhecido que me indicou a realização de vários exames, ecografia primeiro, ressonância magnética, depois. E foi neste último exame que foi finalmente detectada a lesão em toda a sua extensão: hérnia na fáscia muscular do terço médio do gémeo interno, acompanhada de uma zona fibrosada. Isto é, estava descoberta a razão que me limitava correr de forma sistemática há já alguns anos. Afinal, o peso não era o mau da fita.
A questão era como debelar esta lesão. Solução: cirurgia, para fechar a hérnia, acompanhada da aplicação de factores de crescimento. O interessante é que os factores de crescimento são usados muito recentemente como técnica para a solução de lesões nos desportistas, mas também em algumas patologias.
Sem querer entrar em pormenores detalhados, a parte essencial da técnica que foi usada no meu caso explica-se deste modo: é feita uma recolha de sangue do paciente, que depois de submetido ao efeito de uma centrifugadora, resulta na formação de plasma rico em plaquetas. Este plasma, em conjunto com as células locais, irá desenvolver processos mais rápidos e precisos de cicatrização e reparar a região lesionada devido à riqueza das substâncias presentes, a maioria de natureza proteica, que juntamente com as hormonas e os neurotransmissores, desempenham um papel fundamental na comunicação intercelular. A função dos factores de crescimento não se resume à estimulação da proliferação celular, mas também em manter a sobrevivência celular, estimular a migração celular, e ainda a sua diferenciação, entre outros aspectos que me escuso de escalpelizar dada a sua complexidade.

No entanto, falei apenas dos aspectos benéficos que, sob o ponto de vista ético, resultam do uso dos factores de crescimento.
Quem já não ouviu falar na eritropoietina e na miostatina, só para citar estes. Pois é! Sendo igualmente factores de crescimento produzidos naturalmente pelo organismo, são recorrentemente usados de forma ilícita para melhorar a performance desportiva. No caso da eritropoietina, cuja produção é segregada essencialmente nos rins (90%), é uma hormona cuja função, de modo genérico, aumenta o nível dos eritrócitos (também designados por hemácias ou glóbulos vermelhos) e consequentemente da hemoglobina no sangue, melhorando desta forma as trocas gasosas e elevando a resistência ao desgaste físico contínuo. Já a miostatina é uma proteína que funciona como limitador do desenvolvimento muscular. A inibição da sua acção faz com que haja um acréscimo significativo da melhoria da força muscular.



Esta temática é multifacetada e complexa, mas deveras interessante.
Sobre os prejuízos resultantes do uso deste tipo de substâncias falarei mais adiante.



Bons treinos e nada de “empurrões”. A beleza no treino está em jogar com os seus factores para deles tirar o melhor proveito possível em benefício da integridade da Pessoa.





Nota: Quero publicamente agradecer aos Ortopedistas Dr. João Nunes e Dr. Helder Pereira o elevado nível de profissionalismo, a sua dedicação na resolução do meu caso e o afecto com que me trataram. Obrigado.


A minha estória!

15/02/10



Enquanto ia cortando a relva do meu cantinho, dei comigo a pensar se não deveria dar-me um pouco mais a conhecer, antes de publicar o meu próximo artigo, que já está definido e que, de certa forma, também fala de mim, mas a título de recurso para referir as soluções encontradas para debelar a minha lesão que, penso, será interessante publicar.

Depois, pensei sobre a linha orientadora que esteve na base da abertura deste blogue, que entendo ser de todos os que desejem que assim seja, e concluo que fazê-lo será sair do propósito que referi. E reflecti! Pensei nos blogues que tenho consultado, nas experiências pessoais que vão sendo relatadas... Cheguei à conclusão que haverá, porventura, algumas curiosidades a contar, de modo resumido, naquela que designo por "A minha estória", dado que na minha imaginação aqueles que vão consultando este espaço se devem interrogar sobre a minha pessoa e derivados. Decido, então, que abrirei uma excepção.

Abracei o Triatlo há pouco mais de um ano, quando, na minha casita de Tábua, donde os meus genes são oriundos, encontrando-me de férias, dei comigo a ver e rever classificações online, não sei bem porque razão, duma prova de triatlo, disputada também não sei onde e por quem também não sei. Só sei que me deparei com o que há alguns anos eu julgava ser uma tarefa impossível para mim de concretizar: ser triatleta praticante. Pensei para comigo "eu consigo fazer isto". Não é que eu tenha sido o antónimo do que o triatleta é. Não! E a prova aqui está.

Sempre fui desportista, a minha profissão é o desporto (sou Licenciado em Educação Física, treinador encartado de futebol, licenciado em mergulho amador avançado, etc), andei foi por outros horizontes, sonhei outros sonhos, vivi outras vidas e algures pelo meio, quando esta modalidade começou a ser conhecida em Portugal, pensei que me era inacessível. Nunca fui nadador, embora sempre me tenha desenrascado bem; nunca fui corredor, embora sempre tenha corrido (mais atrás duma bola); nunca fui ciclista, embora pedale desde miúdo. Sempre fui mais virado para a técnica e menos para a oxidação. A mim escolhiam-me para marcar golos, fazer passes fantásticos (digo eu), nunca para correr atrás duma meta. Cheguei a orientar uma equipa de atletismo, o Estrelas do Bairro Olaio, em Odivelas (minha terra adoptada, nasci em Lisboa). Por pouco tempo.

Então, decidido a ser triatleta iniciei de imediato a maquinação de planos, equacionei alteração de rotinas, redefini horários, visionei onde e como iria fazê-lo. Há dois anos e meio atrás pesava 96kgs! Para um profissional do desporto era como uma nódoa na toalha mais linda que temos guardada. Quando decidi ser praticante pesava 81 kgs. Nessa altura tinha iniciado a "esmeração" da nódoa. Já rolava bem no BTT, que foi sempre o oxidante mais apaixonante para mim. Esta era a segunda tentativa que fazia para ser um betetista consistente, mas a ideia era mesmo perder peso. Acresce que tinha uma dúvida: como iriam resistir os meus gémeos, que sempre me traíram, quando a corrida passasse a ser mais duradoura e mais intensa? A minha primeira prova foi uma injecção de adrenalina para encarar o futuro de modo risonho: tinha feito 8º/14 no meu escalão (V2) no Duatlo de Santarém. Não precisava deste tónico, mas funcionou como tal. A partir daí delineei e planeei toda a minha forma para estar apto para o meu primeiro triatlo Olímpico. Vieram as provas de atletismo, a minha primeira 1/2 maratona (1:40:00), as maratonas de BTT, porque gosto de BTT, a par com as idas diárias à piscina, mais a despesa imensa com a aquisição do material, e neste aspecto veio a necessidade de melhorar a bike de BTT, adquirir a de estrada, mais o fato para nadar quando a água nos franzisse o sobrolho, mais isto e aquilo e... ainda hoje me faltam algumas coisas. Quando dei por ela, tinha a mulher entristecida porque as rotinas tinham mudado muito. Estava treinado, muito preparado, menos para o desabar dos afectos que me faziam falta como o ar que respiro. E como se não bastasse, a lesão no gémeo direito, essa maldita que me obrigou a refrear os impulsos e a parar, dada a sua carência.

Bom, entretanto tudo foi reequilibrado e neste momento aguardo, com a ansiedade controlada, que o tempo necessário faça o seu trabalho, que eu irei fazendo o meu. Um deles foi aderir à blogosfera. Era uma ideia antiga, do tempo em que me ensinaram a criar um sítio na rede. O tempo entretanto foi passando.

Hoje, sou um triatleta viciado neste desporto espectacular. O ambiente é muito saudável, o que também ajuda. A organização tem sido boa. As provas são entusiasmantes. Pareço um puto nos meus quase 49 anos a imaginar-me na prova x e y e a planear as logisticas inerentes às participações, os treinos, a desejar saber mais, a querer ir mais longe, a sonhar, enfim. Dou comigo a desejar fazer os longos e maratonas...????....Desejo apenas que a minha lesão fique totalmente debelada. Não posso deixar de lamentar o tempo decorrido na minha vida sem que me tenha apercebido destas coisas boas que apreendo agora. Não é tarde, à que aproveitar bem. Lamento, mas foi o melhor resumo que consegui fazer.

Um abraço para todos.



Ah! Consegui cortar a relvinha toda.


Hidratação.

13/02/10




Venho falar-vos, partindo do princípio de que alguém lerá, obviamente, da hidratação em situação de exercício, especialmente na situação de treino aeróbio. Não vou referir-me à hidratação no sentido vasto e mais complexo, porque muitos factores coexistem para a eficácia de uma boa hidratação em situação de esforço, mas referir aquilo que poderá ser uma dica para quem antes de sair para o seu treino de ciclismo/btt (a corrida coloca problemas logísticos diferentes), onde irá passar algumas horas em cima da sua máquina, simplesmente pega no bidão, enche-o de água, e já está!

Sabemos que a ingestão de água ao longo do treino, em resultado do desgaste físico que este proporciona, é essencial. Já a mesma pode ser completada de forma acessível se adoptarmos uma fórmula muito simples: adicionando à água com que enchemos o bidão, uma pitada de sal e outra de açúcar.

Esta simples preparação hidratante, baseada nas recomendações da UNICEF e da OMS para a produção de soro caseiro, tem como propósito resolver o problema da desidratação sob desgaste físico contínuo. O sal (Cloreto de Sódio=NaCl), contém eletrólitos cujas funções fundamentais, entre outras, são garantir a contracção muscular, condução do impulso nervoso e o equilíbrio ácido-base. O açúcar (sacarose) é uma fonte de energia celular e também de equilíbrio iónico. Assim, estamos perante uma solução que garante a necessidade do consumo de uma bebida isotónica, com sabor a água.

Esta é a minha bebida hidratante de eleição em treino.



Começou a época.

08/02/10



Quero deixar uma nota sobre a abertura deste "espaço" cujo interesse da minha parte é fazer o meu comentário aos eventos de triatlo que por aí vão proliferar, à sua organização e logistica, mas também comentar as prestações e os factores que envolvem as mesmas, quer em função da minha visão à distância, quer em função da minha presença in loco, dos atletas em geral e dos meus amigos, em particular. Objectivos: comunicar, interagir, trocar experiências e "enriquecer" com isso.
Em primeiro lugar, quero dar os parabéns à FTP por, mais uma vez, conseguir cativar um número tão elevado de participantes na primeira prova "a sério" da época. Não estive presente. Estive no ano transacto, e já deu para perceber que o meu amigo David Vaz e todo o staff da Federação, não andam a dormir, tendo mudado alguns aspectos organizativos que no ano passado redundaram em menor qualidade na prova, como foram a partida e terem reunido no mesmo espaço e na mesma parte do dia as duas provas; lazer e Taça. Este ano separaram-nas, fizeram-no muito bem. Por duas razões: 1º, porque evitaram situações de algum risco, especialmente para os craques, e pressão excessiva no momento da partida da prova principal; 2º, permitiram a quem o desejasse, fazer o pleno, isto é, participar nas duas competições, que era o que eu teria programado se este ano estivesse em condições de participar. A finalizar os elogios, a prova de que as pessoas estão atentas a estes significantes pormenores, está a ainda maior adesão de atletas na presente edição.
Outro aspecto que desejo salientar é o aparecimento de novos clubes, em alguns casos com gente famosa nas suas fileiras, o que me surpreendeu, confesso. São os casos da Associação Académica de Coimbra, o Triatlo do Fundão, Clube Desportivo Águias de Alpiarça, só para citar alguns. A competitividade vai ganhar. A minha dúvida é saber se de facto vai haver mais triatletas ou se é apenas um aparecimento fugaz nas provas de duatlo; e se esse acréscimo de atletas também acontece no sector feminino. Outro aspecto que me chamou à atenção foi as fatiotas. Notou-se o investimento dos clubes na mudança de imagem (o preto está definitivamente na moda, nada a fazer) e isso é bom, especialmente quando vivemos em tempos de crise e verificamos que há uma tendência para acompanhar a moda também ao nível da imagem, mas que se reflecte no arejamento visual da modalidade. Já não gostei muito dos fatos femininos do Olimpico de Oeiras, mas gostos não se discutem. Salvam-se as raparigas.
O duatlo das Lezirias não é uma prova que eu aprecie em especial. Porquê? Pouca variação nos percursos de corrida e btt, sem altimetria no segmento ciclista, é uma prova demasiado plana, para mim. Mas, tem o condão positivo de reunir muita gente com "fome" de competição.
Na competição própriamente dita, saliento as ausências do grande Campeão, Bruno Pais, e doutro Campeão, João Pereira. E se querem que vos diga, acho que eles fizeram muito bem em se poupar; a época é muito longa, muito variada (provavelmente demasiado) e o desgaste vai ser imenso. Além disso, deixem os putos ganhar alguma coisa.
Para além dos parabéns a quem ganhou, quero homenagear aqui e agora duas pessoas: O Lino Barruncho, pela sua ainda enorme competitividade ao fim destes anos todos. É de Campeão. E o Senhor José Ribeiro, enormíssimo atleta, o melhor veterano no ano 2009 e que pelos vistos irá continuar a sê-lo.
Destaco também o resultado do meu, agora este ano, colega de equipa (Clube de Praças da Armada), Jorge Teixeira, que fez um grande tempo: apenas mais 9 minutos que o vencedor não é para todos, só para alguém com qualidade.
Os meus amigos estiveram razoáveis, mais uns que outros. Esperava mais do meu amigo Paulo Santos e do meu amigo Mário Silva, e ao contrário da contabilidade que o Paulinho fez, quase 27 km/h no segmento de bicicleta é pouco, já sem falar nos quase 5km/h na corrida. Estiveste melhor no ano passado, meu caro. O Victor Garcês, cujo sector forte é a corrida, também ainda não está no seu melhor, mas há-de lá chegar. A minha surpresa maior foi saber que a Cristina Florindo concretizou o seu primeiro duatlo, na prova de lazer, fazendo-me corar de vergonha por ter achado que seria loucura empurrá-la para uma competição destas caracteristicas. Aposta ganha, sem dúvida. A outra surpresa foi o resultado do Paulo Fonseca, este ano em representação do Clube de Triatlo de Almada, que fez uma prova certinha, dentro do esperado no segmento do ciclismo, mas claramente acima das expectativas nos outros dois segmentos.
Deixo ainda, uma palavra para o Renato Fidalgo, boa praça, que está a recomeçar num nível razoável e com quem espero voltar a ter este ano algumas disputas saudáveis no escalão de V2. Para já, vai à minha frente. Força, Renato.
A finalizar, digo que tenho algumas dúvidas no sucesso da aposta, este ano, que a Federação está a fazer na criação de duas Taças de Portugal; a Porterra, de vertente BTT, e a normal, ciclismo de estrada. Percebo a intenção da aposta, cativar os praticantes de BTT para o triatlo. Tenho sérias dúvidas que quem pratica BTT e aposta na participação nas maratonas de BTT, quer as organizadas pela Federação de Ciclismo, quer as organizadas pelos diversos clubes por esse País fora, venha apostar na Natação. E explico porquê; a maioria dos participantes são do escalão sénior para cima, usam a bicicleta devido ao conforto que a mesma proporciona na prática de um esforço aeróbico exigente, ao contrário do atletismo e da natação, se comparados ao mesmo nível, e cujo desgaste físico e psicológico é mais intenso. Conheço outras razões que defendem a minha tese, mas vou deixar para depois, quando se fizer o balanço. Bom, já confessei a minha fragilidade em ganhar apostas. Oxalá tenham razão.

Uma boa época para todos.