Reflexão VII

20/04/11





Sem Palavras (quase...)
Inicialmente, tinha como propósito, na estruturação das razões que me levaram a aderir à blogosfera, a criação de um espaço mais externo que interno Isto é, mais virado para os contextos da atividade desportiva em causa e menos diretamente ligado a mim e às minhas emoções pessoais. Para isso, criei um outro espaço e nele tenho-me circunscrito à intimidade, em alguma medida, donde resulta algo como o molde que forma o meu caráter, por assim dizer. Ou pelo menos parte dele.
A páginas tantas, apercebo-me que é preciso disciplina para seguir aquela linha de orientação originária e que sendo eu uma pessoa com uma forte carga emotiva na forma como me envolvo nas coisas e com as pessoas de  quem gosto, dou por mim a fazer também deste espaço quase como um diário. Também contagiado por outros blogues, é verdade. E concluo que não haverá problema nenhum nisso, desde que por um lado não me esqueça do propósito inicial; por outro, o faça de forma séria e digna. Até porque também é verdade que no fim de contas as pessoas querem aferir do que aquele indivíduo em concreto sente num determinado contexto, no dealbar duma determinada prova ou evento. Mais do que saber deste assunto ou daquela matéria mais específica (treino, alimentação, etc...). E comprovo isso pelo simples facto de que o interesse de todos aqueles que aqui vêm é tanto maior quanto o assunto disser respeito a crónicas, em vez de outros assuntos técnicos, por exemplo. A verdade, verdadinha, é que na 2ª feira passada o blogue ultrapassou números inimagináveis para a sua curta e singela história, tendo superado as estatísticas verificadas aquando de outra crónica que então redigi na altura, a propósito da maratona do Porto. 
Perfeitamente compreensível, até porque para os aspectos específicos há os artigos dos especialistas nas revistas da especialidade, os livros, os jornais, os vídeos, etc etc. Para o sentir do pulso da pessoa  há apenas o próprio. E há naturalmente uma infindável riqueza nas manifestações que cada um tem sobre um mesmo acontecimento, uma mesma situação, porque sendo cada um de nós uno e indivisível (apesar deste Domingo ter corrido riscos de ter ficado em cacos), daí resulta necessariamente uma vasta panóplia de pontos de vista. Afinal, é disto que se trata: saber daquela pessoa em concreto, procurando a multiplicidade de visões únicas e com elas nos enriquecermos através das experiências de todos nós.
Neste sentido, tenho novamente de, e nunca será demais, vos dizer quão significativas, geradoras de fortes emoções, até, são as palavras que aqui deixastes. Não serei merecedor de tantos encómios, mas que vos agradeço, isso irei fazê-lo...sempre.


Day After


Por força da minha paragem na natação e do impedimento em correr, fico circunscrito ao ciclismo. O BTT vai ficar na prateleira uns tempos (...). Acontece que o meu amigo Diogo Cardoso, fisioterapeuta, propôs-me na semana passada um tratamento específico à fáscia, em sentido lato. Para resolver ou ajudar a resolver alguns dos problemas que me afetam, mormente a questão da planta/metatarso do meu pé esquerdo e provavelmente, ou por arrastamento, a zona fibrosada no gémeo direito; os meus dois enormes calcanhares de aquiles.Tentar não custa, pior não fico, porque não? Só que fui de imediato avisado; "vai ter de parar três dias!!" Ele sabe da minha adição, sabe que treinar para mim é ar que me falta. Mas, respondi-lhe que sim sr., três dias aguenta-se. E somei logo dois mais dois; esta é provavelmente a melhor altura para a paragem. Apenas pedalar não é tão estimulante (talvez aqui esteja o verdadeiro cerne que distingue o triatleta dos outros praticantes), porque não agora? Para além disso, ainda ando com as bochechas (do tal) meio ardentes e começaram a aparecer à tona da pele os derrames internos provocados pela queda (os meus braços estão a ficar arroxeados). A ideia é recuperar para ver se consigo regressar em Junho, pelo menos. O certo é que mesmo caminhando, sinto dor no tal gémeo e isso não é normal. Mais exames? Não parece passar por aí, segundo opinião do clínico do Centro de Medicina Desportiva do Porto. Já foram usadas as melhores técnicas para descortinar das razões. Agora, parece-me que é mesmo o momento de me entregar às técnicas de evasão fisioterapeuta e à minha proprioceptividade.  Conclusão: vamos lá tratar da fáscia e ter esperança. Duma coisa estou seguro; não há tratamento que me retire os anos e as mazelas que eles transportam e que carrego em cima, mas se algo houver que me limite a limitação, já me dou por muito satisfeito.





A Semana Antes de Domingo


Nunca me tinha acontecido, mas foi intencionalmente que o fiz. Tinha por propósito a aquisição de volume, neste microciclo de treino. Mas, o ter entrado num período com mais tempo disponível e estar limitado ao ato de pedalar e nadar, ajudou. E já agora aproveito para vos divulgar (acho que nunca o fiz) o meu diário de treino. Também gosto de partilhar. E como tenho de atualizar os meus registos, sempre ficam como uma ideia do que o gajo anda a fazer. Ao consultar o ficheiro, irão verificar das razões porque o ácido lático me "atacou" após os 80 kms de prova. E claro, não fora o domingo extraordinário e não teria feito 1407 minutos de treino, isto é, quase 24 horas de suor! O que me deu muita satisfação, para além de ter "sobrevivido" à queda, claro, foram as sensações do tipo de  fadiga que resultaram e que já dei conta na crónica referida. 

















Companheiros, abraços triatléticos e até breve!

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