Duatlón Cross de Mamoa de Candeán, Vigo: 1ª Prova da Época!

06/02/11




6 da manhã! Toca o despertador. Não custou nada, hoje. Porque havia-me deitado cedo (23h) e já estava mais ou menos à espera do seu chilrear. 4º de temperatura, anunciavam os dígitos do aparelho. Nada de anormal para a época e para o que era previsto. O plano era sair de casa às 6 e 30. A prova estava marcada para as 10 e 30, hora local. O trajecto até lá? Simples: hora e meia de caminho, sempre a andar, especialmente aquela hora da matina. Apesar do intenso nevoeiro que nos acompanhou ao longo do rio Minho e imediações. Portanto...é fácil de fazer as contas. Com o parque de transição aberto a partir das 9 e 15, tinha de lá estar às 8 e 15, hora tuga. Não consegui sair exactamente à hora prevista, mas, e depois de umas hesitações, cheguei a tempo para ...ir para marcar passo na fila do secretariado. Lá como cá. A diferença aqui é que todos temos de levantar os dorsais na organização: dois para o corpinho (frente e trás) e um para o capacete, mais um para o avançado da bicla. Pequenas diferenças, nada significativo.


Os preparativos

Mal cheguei, fui-.me logo apercebendo de que o que havia idealizado estava mais certo que errado. Portanto, não era fantasia esperar que o curso do BTT iria ser MESMO! um curso de BTT, e que o curso de corrida iria ser bem diferente do "habituado". Explico. Seria mais uma corrida em trail do que num terreno direitinho sem nuances. O tempo estava para o frescote, mas o sol prometia que me despisse de "fresconceitos" e pudesse, enfim, correr com a fatiota do costume, "verão mode". 
Lá se cumpriu a activação prevista, por entre os cerca de 180 participantes. Todos tiveram de se inscrever até à terça-feira passada. E o regulamento era claro: impossível inscrições no dia da prova e o pagamento  antes da prova. Impossível também no dia. 
No parque de transição senti falta dos cestos. Não, não havia cestos. Era mesmo ali, no chão ou num lugar sujeito à imaginação de cada um. No início, ainda havia tempo para pensar, mas nas transições aquilo é que foi deixar tudo ao Deus-dará. Que fazer? 


A Prova

Ainda antes do seu início, ficou instalada a dúvida: mas afinal donde é que se partia? Do pórtico não era. Lá tivemos todos de recuar uns bons 200 metros, para trás de uma linha previamente marcada. Seria daí. E foi, após umas explicações que mal as percebi. Como não ia ser o primeiro, só tinha mesmo de ir "na roda". E fui. Até as pulsações dispararem, a coisa foi meio desconfortável. Depois de provocarem as assíduas e persistentes apitadelas do relógio, o desconforto continuou. A diferença estava na capacidade de sofrimento; era mais tolerante à medida que o tempo ia avançando e a distância ia sendo vencida. A primeira volta confirmou o estilo trail do traçado, muito agradável (ai vou ficar fã, vou...), com constantes subidas e descidas, onde a manutenção do ritmo era difícil de se conseguir. Também porque havia as pedras e as raízes e os socalcos e essas coisas todas que encontramos nos bosques e matas e florestas. Portanto, não era fácil, não estava a ser fácil. As subidas tornavam-se mais difíceis quando se sucediam às descidas. Essa alteração da sincronização dos movimentos obrigava a uma pronta resposta, para a qual ainda não estou tão bem preparado. A segunda volta já estava desenhada na cabeça, mas nem por isso terá sido mais fácil. E assim completei os 5.500 metros anunciados. 
Chegada ao parque de transição. E perda de algum tempo para mudar de calçado. Lá ficou o boné mais os ténis no chão. Ainda bem que não soprava vento, senão...havia de ser bonito!.
O início do traçado de BTT começava logo com uma subida para abrir as hostilidades. Nada de monta, mas a irregularidade do terreno dificultava o ato (agora é assim que se escreve, não é?) de pedalar. Seriam três voltas num percurso verdadeiramente de BTT!! Isso mesmo, com exclamação e tudo. Havia de tudo e quem já fez ou faz maratonas do género sabe do que estou a falar. Ele era descidas muito técnicas, com imensos pedregulhos à mistura, bem encrostados no terreno, mais as raízes, mais os socalcos e diferentes declives, e onde ser rápido não era fácil. Ele era subidas onde duas delas nunca as consegui fazer montado. Bem tentei, mas...Tudo clicável, é verdade, como anunciava o regulamento, mas não eram fáceis. Numa delas (e também numa descida de loucos) havia bastante público, que ajudavam a incentivar os participantes a atingir os seus limites. Foi giro.
Concluídos os 20 kms do percurso, onde recuperei alguns lugares e onde vi também alguma gente a abandonar devido às dificuldades do traçado, preparei-me mentalmente para mais uma "vuelta" no parque Forestal do Vixiador. 
E pronto! Lá completei a volta de 2.750 metros para concluir a prova, trajecto que me permitiu recuperar igualmente mais alguns lugares, apesar de ter perdido um. Novamente, as dificuldades em manter um ritmo uniforme. E uma constatação: quem fosse forte no BTT tiraria, como tirou certamente, vantagem. Porque sendo o segmento ciclável tão selectivo, não se via muita gente a correr nesta última volta a pé (o pessoal andava todo muito afastado), de modo que recuperar posições não estava fácil. 
No final, a satisfação de várias satisfações: por ter concluído a primeira prova da época, por não me ter ressentido de nada, por ter levado uma boa tareia, por ter finalmente cumprido o objectivo de participar num evento do género na Galiza (já pensado no ano transacto) e por me ter divertido imenso. No final, duas horas de prova. Isso mesmo. "Eles" diziam que os primeiros "rematariam" a prova em 1h30' e que os últimos em 2 horas. Bom, eu completei a empreitada em 2 horas e estive longe dos últimos. Acho eu. :)) O tempo da bicla foi 1:17:40 (registado no crono), os da corrida poderão consultar depois no separador "resultados", quando estiver disponível. Mas, nada famosos. A congénere galega tem uma particularidade: os veteranos têm apenas uma classificação- V1. E nada mais acima disso. Resultado provisório: fiquei em 21º no escalão (acho que foi isso) e 75º ou 78º no geral. Cumprido!


A Organização

Muito bem! Já fui dando conta dos aspectos menos bons, tal como a fila de espera, sempre desagradável, a falta de lugar onde deixar as coisas de modo mais acondicionado, no parque de transição. Mas, isso não belisca uma organização que em termos logísticos ofereceu aos participantes uma prova cujos percursos  foram divertidíssimos e exigentes. No final, o saquinho "habitué" com uma t-shirt técnica, mais umas frutas, água, bebida isotónica  e...umas fatias de tarte caseira (tipo semi-frio) esperavam por nós na banca da suplementação. Deixem-me referir que sempre que me desloquei à Galiza fui recebido muito bem, especialmente no final há o cuidado de ofertar os participantes com iguarias variadas, por vezes próprias da região. Sabe muito bem e parece-me traduzir o envolvimento da própria comunidade (ou das pessoas envolvidas) onde se realiza os eventos. 
A finalizar, uma referência ao lugar onde o duatlo teve lugar. Um local muito bonito, localizado num parque natural, nos Montes de Candeán. Óptimo para um grande picnic, em plena primavera ou verão (porque não num inverno solarengo?) e ...muito dotado para eventos de duatlo, definitivamente.
Fotos depois, graças ao companheirismo e dedicação mais uma vez demonstrado pela minha cara-metade, a quem agradeço sempre e sempre.

Gostei tanto que a experiência é para continuar, mas só daqui a 15 dias. Alguém quer vir? 

Bons treinos e abraços triatléticos, companheiros.

4 comentários:

Unknown disse...

Oi camarada João. Parabens por esta tua primeira prova. É sempre fixe acabar a coisa com boaa impressões.
Diz-me lá essa que vais a seguir daqui a 15 dias.....

João Correia disse...

Viva, Pedro.

Ora, dá lá uma espreitadela à lista de provas que apresento neste espaço, aí no lado direito. Já viste? Mais tarde revelo-te os pormenores (por email).

Grande abraço, companheiro.

david caldeirao disse...

muito bom..., para quem queria "largar" tudo e seguir outro rumo!!! parece-me muito bom... ;-)
não há nada coomo fazer uma "prova" seja ela qual for, e em que condições, é isso que nos mantem vivos e com vontade de continuar, e já pensas em mais, assim é que é...
que a força esteja contigo!!!

João Correia disse...

Viva, David!
Muito bom é receber incentivos como tu e o Pedro aqui deixaram. O treino cria expectativas; as lesões retiram-nas. As reincidências nas lesões levam-nos a equacionar se valerá a pena tanta dedicação e empenho. Vamos ver se isto anda pá frente.
Abraço, companheiro.