Calimero? Eu?...

02/06/10



Regresso

Correspondendo à procura do esclarecimento de alguns companheiros de lides que de vez em quando me questionam sobre o meu regresso, tenho de confessar que a coisa não está fácil. Sempre ouvi dizer que gémeos (filhos) sempre foram um problema inicial para quem os tinha. Hoje, tenho de confirmar que gémeos (músculos) são mesmo um problema. Especialmente quando são de direita (perna). Pelo menos para mim. O gémeo interno a que fui sujeito a uma intervenção cirúrgica, está fino. A verdade verdadinha, é que ainda nem deu para o pôr realmente à prova, mas de queixas...nicles. O problema é que quando me preparava para acelerar a máquina (enferrujada, mas é o que se pode arranjar), não é que aparece uma contractura (?) no gémeo externo (invejoso) que me  estraga os planos? Vai daí, paragem obrigatória...mais tarde, recomeço, uns treinos, volto a ficar em condições de ...voltam as queixas, nova paragem. E ando nisto há 6 semanas. Conclusão: fazer uma ressonância magnética (mais uma) para tirar todas as dúvidas.  A verdade é que este carrossel psicológico tem-me levado a sobejas frustrações, a ponto de determinar para mim próprio uma meta: ou isto se compõe até ao final de 2010 ou tirei de repensar o triatlo como praticante.  Na verdade, ando com os gémeos "às costas" desde Março do ano passado e não é muito viável continuar nesta situação. Quando a planificação do treino começa a concretizar-se no terreno, logo a seguir vem uma sessão qualquer de corrida que me corta quaisquer perspectivas de regresso. Resultado: desmotivação, e uma série de perguntas que emergem de imediato (para quê tanto treino e dedicação, horas esquecidas dentro de água e a pedalar?). 
Na realidade, eu tinha perspectivado o regresso para Junho/Julho e nesse contexto está dentro do previsto. A questão, porém, é que tinha aspirações de antecipar aquele, dado que das razões que motivaram a minha ausência, até ao momento, tudo estará resolvido. 
Em todo o caso, dei indicações para a minha inscrição no super-sprint de Oeiras (Triatlo do Ambiente), com a possibilidade, se tudo correr bem, de também participar no sprint. Mas, tudo isto está condicionado à evolução da maldita contractura até à data da prova. Pois é, Sica; tomara eu correr regularmente, quanto mais fazer um Olímpico.

Maratona de Viana do Castelo

Era para ter sido a minha segunda participação em provas (Sábado, 29), este ano, novamente uma maratona de BTT. Tudo estava em ordem; tinha treinado às 6 da manhã do dia anterior, uma hora para activar, mais trinta minutos de natação, à hora do almoço (como sempre), e na piscina exterior, de água salgada, com uma temperatura agradável (21º, basta adaptar um tempo). Ao fim do dia da mesma sexta-feira, a bicicleta arrumada na carrinha, as ajudas mecânicas, os suplementos, os cremes activantes (musclar) para as pernas, todo o material logístico necessário, rever o que falta, se é que falta, até os bidões prontos para a eventual falha no abastecimento de água, situação que marcou a edição do ano anterior pela negativa e que levou, entre outras coisas, a que as inscrições diminuíssem para menos de 70%. O meu objectivo no agendamento das provas de BTT é, para além do gozo que me dá, o desenvolvimento da capacidade de sofrimento. Este tipo de provas são muito duras em termos físicos e psicológicos, apelando a partir de certa altura à tenacidade, perseverança, sofrimento... Falhei o objectivo. Dormi bem, acordei antes da hora, pronto para vencer a altimetria anunciada (mais de 2100m de acumulado em subida). Mas, no último momento, ainda antes de me levantar e antes do despertador cumprir a sua função e respeitar as indicações recebidas, olhei para o lado e...porque não? Ficar em casa, fazer aquilo que ainda não tinha sido feito ... e usufruir de uma manhã e um dia, já agora, como há algum tempo não tinha. Tudo estragado. A diferença por vezes está mesmo em pôr o pé no chão, sair a caminho da casa de banho...não aconteceu. Domingo, dia do arrependimento começar a mostrar-se, meio escondido aqui e ali, num jogo fratricida no ringue da  consciência, entre o dever e o prazer; um murro vence outro murro. A consciência sente-os todos, dos prós e dos contras. Que raio? Mas eu não sou profissional, caramba! Pois não, mas tens objectivos e eles não se alcançam num estalar de dedos. Segunda-feira estava o arrependimento instalado. Terça-feira estava pronto para a Maratona.
A prova em si teve as condições que no ano passado (foi a maratona mais difícil que fiz até hoje) não teve; temperatura bem agradável para a prática da modalidade, porque estava fresquinho, pouco sol nas primeiras horas, ao contrário do ano transacto, em que o termómetro chegou acima dos 40º , ainda antes dos 40kms. Na edição anterior contraí uma lesão na fáscia plantar esquerda. Acabei com quase 6hrs de pedalanço e o mais incrivel é que depois de ter ponderado abandonar (aos 40kms, 42º temp), à passagem dos 70kms ressurgi bem, com força. A recuperação da homeostase é uma coisa fantástica, mesmo em plena prova.No dia seguinte estava na Póvoa de Varzim para fazer o super-sprint do calendário regional. Concluí em último aquela que foi a minha primeira experiência no triatlo. A tal lesão na fáscia impediu-me de correr (percebem onde quero chegar?), pelo que fiz todo o trajecto de corrida (2500m) a pé, com os assistentes, em amena cavaqueira. 
Voltando, este ano as coisas ainda não foram perfeitas (uma semana antes da prova anunciavam um altimetria em subida superior a 3000mtrs!!!), mesmo com a ajuda do tempo, mas deveria ter sido giro conviver com os muitos espanhois (mais galegos, mas pronto) que se deslocaram a Viana. Lá se foi o objectivo. Vai ter de passar para outro dia.

Calendarização de provas pela FTP

Hoje tenho de referir alguns aspectos que eu considero menos agradáveis na planificação de provas pela nossa Federação. O primeiro que desejo referir é que não me parece bem a marcação da prova da Taça de Portugal para o dia após a noite de Stª António. Que raio, não haveria outra possibilidade? Bem sei que no Sábado de manhã seria prejudicial para o pessoal que tem de se deslocar. Provavelmente, é complicado fechar o trânsito na marginal num Sábado à tarde. Mas, a seguir a uma noite em que há muita gente que gosta de gozar o tal Santo e aprecia a festança? Cada cabeça sua sentença e só participa quem quer, é bem verdade. Mas, eu cá sinto-me contrariado. Mesmo quando a possibilidade mais forte é não participar, pelas razões já demais explicadas.  Não quero, porém, deixar de fazer passar a minha opinião.
A outra razão que me leva a contestar a calendarização da FTP é as muitas alterações que se verificam ao calendário inicialmente apresentado, tido como um guião para a planificação de uma época, e que se verifica vai sendo muitas vezes alterado, mas sem qualquer comunicado ou aviso às hostes. Quando nos apercebemos, porque queremos planificar provas para um determinado período, verificamos que afinal muitas provas mudaram ou deixaram de existir ou não se sabe o que lhes aconteceu. Não pode ser. Há que ter alguma atenção para com aqueles que fazem da modalidade aquilo que ela está a ser nos dias de hoje: uma referência no quadro das provas da população específica, mas igualmente uma nova referência daquela que pratica desporto e procura novos desafios. E acreditem que há muita gente ainda a pensar no seu primeiro triatlo. Tem sido esta facção que tem feito crescer a modalidade. Afinal, que aconteceu ao duatlo de Manique? E ao triatlo do Fundão? E ao triatlo Longo de Odemira? E ao triatlo nocturno, que se adivinhava muito engraçado e desafiante, de Oeiras? São só alguns exemplos, mas há mais. Se alguém tiver respostas, aceito-as de bom grado.

Amigos, bons treinos e até breve.

3 comentários:

Miguel Andrade disse...

João,

Em primeiro lugar dizer que tenho pena de não ir aos santos populares - no dia a seguir tenho a prova de Oeiras e quando me inscrevo para ir a uma prova não é para me ir arrastar :D

Em relação as mudanças pela FTP, grande parte dessas mudanças não vêm da própria federação mas sim das autarquias que se comprometem com a FTP e depois por diversas razões (custos) não cumprem e a federação é obrigada a alterar tanto datas como provas.
Se a federação deveria apresentar o esboço das provas só com as conversas das autarquias aí já não concordo. A FTP deveria apresentar só o calendário final.

Abraço,

Miguel

sica disse...

João julgo que ambos estamos de acordo ao reconhecer o excelente trabalho que tem sido feito pela Federação, eu tenho participado em bastantes provas e vejo sempre as mesmas caras a trabalhar para que tudo corra pelo melhor.
Relativamente às alterações de Calendário muitas das provas que mencionaste estavam num pré-calendário e quando saiu o Calendário definitivo já não estavam e desapareceram meses antes da sua realização, num Calendário tão preenchido não me parece significativo, acho mais grave a marcação de provas para as 2 Taças no mesmo Fim de Semana Pedrogão e Aviz.
Ainda sobre a opinião no post anterior sobre a Taça Porterra, na minha opinião foi uma aposta ganha, pois são muitos os participantes que vêm do BTT, por outro lado ao ser uma competição com mais Duatlos diversifica a oferta da Federação, acho ser um caminho correcto para ganhar cada vez mais participantes.

João Correia disse...

Companheiros Miguel e Sica,

acho muito interessante a troca de opiniões e foi também para esse motivo que estes espaços foram disponibilizados. Daí o direito ao exercício do contraditório.
Conto tecer no final da época algumas considerações sobre a logística organizativa, que nos é dado observar, da Federação. Por isso, sobre a logistica organizacional de provas, onde entra também a questão das provas em simultâneo, aguardo para mais tarde, se me permitem. Sobre o calendário, considero que deveria haver comunicados atempados a avisar do cancelamento/alteração das mesmas. Este o ponto que preferi focar. É um princípio: prioridade à informação na era social da informação,precisamente, como veículo fundamental nos dias de hoje para o alcance da excelência. Em todo o caso, fiz o download em dois momentos diferentes e espaçados (tidos como o Calendário da FTP), e nas duas situações sem as alterações que recentemente pude verificar.
Obrigado aos dois pela partilha das opiniões.

Abraços triatléticos.