Campeonato Europeu de Triatlo Longo, Vitória: O Dia Seguinte.

27/06/10




O Campeonato Europeu de Triatlo Longo de Vitória, disputado no passado dia 26 na região autonómica  do País Basco, trouxe à liça algumas questões interessantes que reflectem algumas realidades que por cá também se vão verificando. Mas lá iremos. Antes, importa por questões de mera justiça, destacar a participação portuguesa no evento: em Elites, o 5ºL de Pedro Gomes, grande resultado; o 1º L de Rodrigo Baltazar, extraordinário, no escalão 30-34 anos; o 3ºL de David Caldeirão, igualmente uma façanha espectacular (razão tinha ele para se auto-denominar "monstro" esta semana que antecedeu a prova), como comprova o seu 3ºL no escalão 35-39 anos; ainda o formidável 3ºL de Susana Simões, no escalão homólogo feminino. Destaque não menos meritório para os restantes participantes lusos, numa prova que apelou a uma capacidade de resistência quase ilimitada: nadar à volta de uma hora, no mínimo, pedalar cerca de 3/4 hrs, média, e correr mais 3 hras, apontando assim no todo para cerca de 7/8 ou 9 hrs, e acabar em situação anómala, debaixo de um grande esforço, subtraindo toda a energia que o corpo pode fornecer, enquanto puder ... é obra! Pena foi a desqualificação de Miguel Fragoso, porque acredito que teria sido mais um lugar perto do céu, senão mesmo por lá, porque avaliando os parciais tinha lugar no pódio ali numa disputa até ao derradeiro segundo. Será que não conseguiu sair da água sem estar molhado?

Bom, olhando para as diferentes classificações e considerando também que estamos perante uma prova invulgar de resistência aeróbica, o que significa ter de se acondicionar o organismo às exigências de um esforço que permita suportar um rendimento fisiológico, psíquico para além das 7, 8 horas ,  porque não há milagres, verificamos que a participação feminina foi bastante menor em comparação com a masculina. Escalões houve em que não houve  mais de meia dúzia de participantes. Em geral, e apesar de termos conseguido 9 participantes, ficamos muito aquém dos países fortes na modalidade, como a própria Espanha, Alemanha, Grã-Bretanha, França, Dinamarca, República Checa, Rússia, Itália ...Por outro lado, e sendo também uma realidade que também se verifica cá, e não há coincidências, os grupos etários que privilegiam o triatlo longo são os menos novos. Outro aspecto interessante e demonstrativo da cultura desportiva de um país, é o facto da Grã-Bretanha apresentar um largo número de participantes e em praticamente todos os escalões. Depois, há algumas curiosidades giras. Por exemplo, no escalão 25-29 anos todos os participantes são origem espanhola e britânica; no escalão 45-49 anos feminino, participaram 6 atletas, 5 GBR e 1 ESP, e quem venceu? precisamente a única representante que fala o castelhano como língua mãe. 

E foi assim, acredito que uma jornada inesquecível, a ficar gravada para sempre na memória de quem teve a ousadia de participar neste evento.

Para o ano, quem se atreve?

2 comentários:

Paulo Renato Santos disse...

Trata-se de uma distância que não é para todos... tem que haver muito trabalho nos meses antecedentes.
Parabéns aos nossos representantes!
Em 2011 espero fazer uma prova de longa duração, vamos ver se o corpo aguenta o treino...

João Correia disse...

Esperamos, meu caro, esperamos...
Abraço.