Triatlo de Penacova.

24/07/10



Este fim de semana o palco do triatlo é parco em provas. Porém, não quero deixar passar a oportunidade  de referir o Triatlo de Penacova, que este ano saiu do calendário da Taça de Portugal e passou para o Campeonato Regional Centro. 
Nem por isso deixou de interessar a alguns nomes de destaque da modalidade, mas também dos nomes dos que fazem do triatlo uma festa na sua vida, daí a sua participação regular nas imensas provas que a Federação vai propondo ao longo da época desportiva. Só este facto mereceria um lugar de destaque de quem de direito. Não irei citar nomes, não vale a pena, mas todos sabemos quem realmente são.
Mas, este meu texto vem ao encontro daquele que, em minha opinião, constitui o triatlo na versão sprint mais duro da época. Acredito mesmo que mais difícil que muitas "variantes olímpicas", pese embora as distâncias sejam bem diferentes. Senão vejamos: a natação no rio Mondego não é fácil, dado tratar-se de um rio, cuja densidade da água é baixa, para além da temperatura, fria, também não ajudar muito. Depois, a partida e o percurso é terrível, porque demasiada gente para tão exíguo espaço. Bom, mas nem é este segmento que faz realmente a diferença. As dificuldades começam logo no acesso ao primeiro parque de transição. Aterrador! Um rampa do catano e um escaldante percurso descalço em alcatrão, adivinham de imediato que o que se segue não vai ser pêra doce. O segmento seguinte é do mais difícil em Portugal. Uma subida até aos bombeiros, que dá para pedir aos santinhos todos para dar uma ajudinha, mas depois segue-se outra subida, que leva os atletas ao topo superior da Vila. E se os santinhos já estão todos perfilados no "Deus me acuda", então é agora que se apela à divindade toda que acorra em auxílio. Não vulgar é ver-se muita gente a pé, na última rampa. Bom, está certo, depois é sempre a descer, mas...para voltar a subir novamente todas aquelas rampas por mais duas vezes. Enfim! Chegados à segunda zona de transição não há força, há apenas alma para impedir que nos fiquemos por ali porque desistir não faz parte deste vocábulo. O curso de corrida também não é para rir; muitas rampas, subidas e descidas, num sinuoso misto entre a povoação e um parque pedonal bem esgalhado na serra, alternando o alcatrão e a terra batida, mais outros pisos. Até que o alívio acontece, quando o sol se encolhe troçando das nossas caretas e das nossas fraquezas, para uma expressão apenas se desenhar no nosso rosto: o sorriso de que esta está feita! Os prémios são bonitos e corroboram da alegria que as gentes de Penacova têm em proporcionar este momento à modalidade, vai na XVIII edição.
Hoje vou ficar novamente de fora, com pena de não sofrer nos trajectos tortuosos que atrás referi. Para aqueles que gostam de desafios difíceis, este é seguramente um deles. Ah! Convém estar bem preparado.

Abraços triatléticos.


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