Ainda o Triatlo Cross de Vila Nova de Cerveira!

01/10/11




Num fim de semana de dupla participação, após o triatlo da Póvoa, que relembro teve a distância supersprint, eis que dei por mim em Vila Nova de Cerveira para participar naquele que será o mais que provável último triatlo de 2011 em que irei participar. A verdade verdadinha é que à partida para esta prova, na manhã de domingo, me sentia um pouco como que a cumprir um dever e isso não é bom sintoma quando o objetivo maior destas coisas é mesmo a diversão. Ora, quando nos começamos a sentir assim é porque algo não vai muito bem no reino. Mas, já lá iremos.
Partindo cedo para a bonita Vila de Cerveira, deparei-me com o insólito de ser um dos raros, senão mesmo o único, português na reunião técnica previamente anunciada para as 11 da matina. O insólito aumentou quando a comunicação foi liderada na língua de Camões perante uma plateia de...galegos/espanhois. Pronto! Lá se foi explicando a coisa, que não sendo difícil de entender, implicava alguma atenção devido à passagem do rio por duas vezes, uma a nado e outra de bicla, claro que pela ponte da Amizade.
O outro insólito era verificar que às 12h locais ainda não havia notícias dos meus colegas de clube, com quem  iria partilhar os prazeres raros da participação em provas do calendário nacional. É o que faz pertencer a um clube do sul vivendo a 50 kms da Galiza. Mais um insólito; um almoço constituído por um caldo verde, umas entradas de pernitas de frango e umas azeitonas pelo preço de quase 8 aérios!!! Comentários?

A prova propriamente dita teve a circunstância de nos momentos antecedentes rever as caras com quem havia competido no dia anterior e com quem iria rivalizar novamente nesta compita. Mas não só; rever caras que há muito não lhes sentia o cheiro foi um acrescento positivo ao dia. E finalmente estar com o pessoal do clube. Bom, havia que dar umas braçadas antes da prova. Não sei como é que fiz a coisa, depois de decidir dar uma volta até à primeira boia, aquando do retorno verifico que havia quase ninguém dentro da dita e dou comigo a pensar que a minha prova iria começar logo ali, com mais um percurso de natação para fazer. Lá acelerei a braçada para não me atrasar e lá consegui chegar a tempo ao local superlotado da partida, onde ainda consegui vislumbrar os meus colegas do Fonte Grada para lhes desejar uma boa prova. Logo me dirigi para a ponta mais afastada da partida. É qualquer coisa que eu não entendo nas provas nacionais, podem até estar 300 ou 500 macacos inscritos que a partida  que esta irá ser sempre tudo ao molho e fé em Deus. Para evitar chatices, coloquei-me o mais afastado possível dos pontapés e cotoveladas. E ainda nem tinha os óculos bem postos já estava a soar a cornetada da largada. 
O curso de natação foi-me pesado. Senti cansaço; cansaço do dia anterior, cansaço de outros dias, cansaço da fase em que me encontro. Algumas vezes dei por mim a pensar mas que raio fazia eu ali. Desistir naquela altura nem pensar. O trajeto até ao parque de transição teve algumas vicissitudes, mas passo à frente. Quando chego ao parque de transição verifico que afinal a penosa natação não havia sido tão má assim; os meus parceiros diretos de compita do dia anterior estavam todos ali, ao contrário do dia anterior, onde me haviam ganho alguma vantagem. Perco uma eternidade no parque de transição para colocar o...avental! Os dedos das mãos tropeçavam uns nos outros e eu que queria reduzir o espaço e tempo para o Paulo Renato que me antecedia. Não deu. Rapidamente alcanço o João Paulo, que me parece ir num ritmo mais baixo que o meu, mas puro engano. Após a primeira subida, o homem desaparece e só o consigo ver à distancia, nos retornos. Pelo meio, ultrapasso o Paulo Neves e o José Calheiros, e com o tempo vem ao de cima a minha capacidade de resistência. O percurso de BTT era constituído por duas partes bem distintas; uma parte técnica e alternando subidas e descidas, com algumas rampas, que embora curtas, eram durinhas, e com a passagem repetida tornavam-se mais difíceis ainda: levei algum tempo até acertar na desmultiplicação, facto que só aconteceu a meio do segmento. A outra parte era bastante rolante, com a influência do vento num dos sentidos. A ligação para a Galiza, onde iriamos concluir a prova após o segmento de corrida, era também um trajeto rápido, em estradão, essencialmente. 
A corrida foi talvez o meu melhor segmento, contrariando a tradição, e gostei imenso do traçado, que, assinale-se, havia sido marcado momentos antes do início da prova, como pude observar. Foi um percurso claramente de triatlo cross, a lembrar os trajetos de corrida em montanha, alternando rampas com descidas, zonas de areia com zonas irregulares. E eu dei-me bem com aquilo. Lembrei-me várias vezes do duatlo cross de Candeán, a minha primeira prova da época, e constato que na Galiza se se trata de falar dum triatlo ou duatlo em cross é porque vai ser mesmo fora de estrada com tudo o que o fora de estrada pode ter.
Um aspeto curioso teve a ver com a ausência de chips para avaliar o cumprimento dos percursos e os respetivos tempos. Pois, no final tudo saiu certinho, sem problemas e sem dar conta de como é que eles conseguiram fazer todo o controlo sem casos. 
No que me diz respeito, acho que fiz uma prova bem conseguida, sendo o V3 mais rápido, embora só tenham participado dois, apesar de 6 inscritos.

Esta semana que entretanto mediou desde a conclusão deste fim de semana e o dia em que estou aqui a escrevinhar estas palavras, sinto que o cansaço se apoderou de mim, mas de uma forma que não havia experimentado ainda esta época, a ponto de pôr em causa a minha participação na meia-maratona de Ovar, onde gostaria de estar para procurar alcançar um dos meus grandes objetivos desta época: 1h30'. Tenho mesmo de repousar.

Fotos há-as, só que não estando na minha posse é-me mais difícil apresentá-las.

Companheiros, abraços triatléticos e boa finalíssima em Abrantes para quem lá for.

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