Quem espera, desespera...

03/07/10



Na indefinição dos meus problemas músculo-esqueléticos com os gémeos direito, vejo as minhas expectativas a frustrarem-me, quando na realidade funcionam precisamente ao contrário. Talvez não esteja a ligar bem as ideias, mas o sentir é esse; julgo poder avançar para a minha primeira prova, razão de ser da minha prioritária preparação, o triatlo, avalio as reacções proprioceptivas  da região muscular afectada, testo-as, a coisa corre bem, com sensações difusas, mas não doí. A última ressonância acusa... nada. O cirurgião acusa...não haver razões para receios, que devo insistir, até ao momento antes da dor. E eu insisto, até que doí. E cai-me tudo. Afinal, como poderei preparar-me mentalmente para algo que não vai acontecer? Cai o pano, o semblante acinzenta-se de uma tristeza repetida. São os efeitos imediatos. Os outros, os colaterais, são a desmotivação para o treino (para quê treinar se...); são muitos meses sem poder correr. Que coisa sem sentido. Afinal, é tão fácil correr, é tão acessível correr. Já nem falo em correr a correr, mas tão só...correr. Só isso. Ainda assim, é difícil. Que praga! E as coisas até que nem têm andado a correr mal, nos outros sectores: domingo passado fiz o 25º tempo num raid BTT, entre outros 130. Mais que isso, senti-me bem, muito bem, resistente. A natação parece estar melhor que em igual período do ano transacto, a avaliar pelo tempo-teste que fiz hoje. Mas, o difícil é mesmo manter o apuro psicológico perante este carrossel de emoções. Isto passa, já passou e por isso vai continuar a passar, até porque nós precisamos de nos re-motivar, sempre, sob pena de acabarmos por descaracterizar a nossa própria personalidade e mesmo a sanidade mental.
Por isso, já não sei se posso, se devo sequer, participar em Vila Nova de Cerveira. Garantem-me que não há razões para eu desistir...Eu quero apenas poder correr.  


E estando a apenas 70 kms de Pedrógão Grande, não consigo ir ver essa bela etapa da Taça. Fico-me por entre o Mundial de Futebol e o Tour de France, com um pomar para cuidar, pelo meio, e mais umas pedaladas, pelo outro.


Bons treinos e boas provas.





2 comentários:

sica disse...

Amigo, existem momentos em que nós temos de fazer, somente fazer.
Espero encontrar-te em Vila Nova de Cerveira, se tiveres de andar no último segmento, qual é o problema.
Se não fores ficarás sempre a pensar que se calhar...
Vamos lá então, dar um chute nessa lesão.

João Correia disse...

Vou tentar, Sica, vou tentar. Já fiz isso, já andei quando todos os outros correram e olha que não gostei nada, nadinha. Fi-lo apenas porque...já estava em andamento. Se não doer, lá estarei.
Obrigado pelo incentivo, foi bom.